O governo federal enviou, nessa terça-feira (17), ao Congresso Nacional o projeto de lei (PL) que altera as regras de aposentadoria e pensões para militares. A proposta mantém a exigência de idade mínima de 55 anos para a transferência à reserva remunerada a partir de 2032.
Além disso, será necessário o cumprimento de 35 anos de serviço.
O PL prevê um período de transição de sete anos para que os militares possam se adequar às novas exigências. Durante as negociações, as Forças Armadas tentaram flexibilizar a aplicação da idade mínima, sugerindo que a regra valesse apenas para os militares que ingressarem na carreira a partir de 2025.
Como alternativa, propuseram o pagamento de um “pedágio” de 9% adicional sobre o tempo de serviço dos profissionais que já estão na ativa. O argumento principal foi o impacto da medida no fluxo de promoções dentro da carreira.
Apesar das tentativas de negociação, a equipe econômica do governo manteve-se firme na decisão. Inicialmente, o Ministério da Fazenda chegou a propor uma idade mínima ainda maior, de 60 anos, mas o texto final definiu 55 anos como limite.
Confira as mudanças
O projeto também altera as regras de transferência da pensão por morte, restringindo o direito aos beneficiários da primeira ordem de prioridade, como cônjuges e filhos menores.
A nova norma elimina a possibilidade de redistribuição da pensão para beneficiários de ordens inferiores, como pais ou irmãos, mesmo nos casos em que não haja dependentes na primeira ordem.
Além disso, a cessação do direito à pensão, seja por falecimento ou perda do benefício, permitirá apenas a redistribuição entre os beneficiários remanescentes da mesma categoria.
Outra alteração proposta no texto é a padronização de uma contribuição de 3,5% da pensão destinada ao Fundo de Saúde dos militares, responsável pela assistência médico-hospitalar e social. A medida pretende aumentar a arrecadação para manter os serviços de saúde prestados aos militares e seus dependentes.
Impacto fiscal
Segundo estimativas do governo, as mudanças propostas resultarão em um ganho de R$ 1 bilhão em receita com a contribuição ao Fundo de Saúde e um corte de R$ 1 bilhão em despesas com pensões e aposentadorias. Dessa forma, o projeto representa uma economia total de R$ 2 bilhões para as contas públicas.
O envio da proposta faz parte dos esforços do governo para equilibrar as contas fiscais e ajustar os gastos previdenciários no país, uma das principais metas da equipe econômica para os próximos anos.
Fonte: R7