Os problemas que afetam o Corpo de Bombeiros Militar de Sergipe (CBM/SE) e que consequentemente comprometem a qualidade do serviço que é prestado à população foi tema do discurso da vereadora Kitty Lima (Rede) na Câmara Municipal de Aracaju (CMA), que cobrou do Governo do Estado uma solução para os impasses que têm prejudicado a atuação da corporação.
O Ministério Público Estadual (MPE) chegou a ajuizar uma Ação Civil Pública (ACP) após identificar a ausência de providências do Governo de Sergipe em reordenar o CBM/SE, com realização de concurso público para bombeiros militares e estruturação de veículos de salvamento e combate a incêndio e pânico. O acordo firmado com a administração pública apontava a necessidade de contratação de, no mínimo, 350 bombeiros, a serem distribuídos nas oito unidades de atendimento espalhadas por todo o Estado. A medida totalizaria uma força média de 40 militares por unidade. A recomendação, no entanto, ainda não foi atendida.
“Todos aqui lembram do incêndio de grandes proporções que destruiu o supermercado Makro. O episódio mostrou que o Corpo de Bombeiros em Aracaju não tinha condições de atender a um chamado daquele porte, seja pelo baixo efetivo ou pela limitação de equipamentos. Esta semana outro supermercado teve as chamas contidas rapidamente, mas a tragédia poderia ter se repetido e por isso precisamos resolver essa situação que limita a atuação desses bravos homens e mulheres que arriscam as próprias vidas pela população. É perceptível que o governo não possui planejamento e age apenas para tentar tapar o sol com a peneira, fingindo dar solução para problemas que precisam de planejamento e vontade política, tudo o que o atual governo não tem””, disse Kitty.
De acordo com Dados da Secretaria de Segurança Pública de Sergipe (SSP/SE), 69% das chamadas que chegam ao Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp) são reprimidas devido ao baixo efetivo da corporação. Isso porque dos 570 bombeiros militares atuando diariamente em todo o Estado, apenas 60 estão na linha de frente atendendo a demanda da população.
Segundo recomendações da Organização das Nações Unidas (ONU), deve haver quatro bombeiros para cada grupo de quatro mil habitantes. Com uma população de 2.2 milhões, de acordo com levantamento populacional realizado em 2016 em Sergipe, seriam necessários cerca de 2.200 bombeiros militares para atender a demanda em todo o Estado.
“O principal problema do Corpo de Bombeiros está na deficiência do seu quadro com reduzido número de militares na ativa. Além disso, o último concurso realizado não supre a demanda que o próprio Ministério Público identificou, ou o que a lei estadual pede, um total de 1193 bombeiros. Estamos muito longe desse número, e mesmo que chamasse todos os candidatos que estão classificados no último concurso, ainda não conseguiríamos suprir a atual necessidade”, pontou a vereadora, que chamou a atenção para os problemas caso esta realidade não seja mudada.
“A população está à mercê desta situação que precisa ser revista o mais rápido possível. Não podemos ficar de braços cruzados esperando que uma tragédia de fato aconteça para que o Poder Público tome uma iniciativa para resolver esses problemas”, alertou Kitty.
Assessoria de imprensa parlamentar.