Ao final do segundo ano de governo, o trabalho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é aprovado por 52% dos brasileiros e reprovado por 48%, segundo a pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 11. Cerca de 1% dos entrevistados não sabem ou não responderam.
O resultado mostra estabilidade na avaliação do governo petista durante o ano, uma vez que a percepção do eleitorado terminou 2024 como começou, com cinco pontos percentuais de diferença entre os que gostam e os que rejeitam o governo e a aprovação acima dos 50% e a desaprovação entre 45% e 47%.
O melhor momento do governo no histórico da pesquisa foi em julho, quando 54% disseram que aprovavam o trabalho de Lula, enquanto o pior foi em maio, quando a diferença entre a aprovação e a desaprovação chegou a três pontos percentuais.
Na comparação com o levantamento divulgado em outubro, a desaprovação subiu dois pontos percentuais, de 45% para 47%, enquanto a aprovação teve uma variação positiva de 1 ponto percentual, dentro da margem de erro.
Esta é a maior pesquisa realizada pela Quaest. Foram 8.598 entrevistas presenciais feitas com eleitores entre os dias 4 e 9 de dezembro, que abrangem, além da avaliação nacional, a avaliação do governo pelos eleitores de seis estados: São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás, Bahia e Pernambuco. A margem de erro estimada da pesquisa é de 1 ponto percentual para mais ou para menos e o índice de confiança é de 95%.
Avaliação de Lula piora no Nordeste
No recorte por regiões do país, Lula é mais aprovado do que reprovado apenas no Nordeste. A região, porém, aponta o pior índice de aprovação da série histórica: 67%. No início do governo, eram 70% dos nordestinos que aprovavam Lula.
Os dados do Sul e Sudeste se mantiveram estáveis em relação à pesquisa anterior, mas a avaliação no Norte/Centro-Oeste piorou, com a desaprovação saltando de 46% para 50% e a aprovação caindo de 49% para 48%. Essa é apenas a segunda vez na série de levantamentos que a avaliação positiva é superada pela negativa na região.
Lula cresce entre idosos, mas pior entre os mais jovens
Nos recortes demográficos, Lula é melhor avaliado por mulheres, pessoas com mais de 35 anos, com até o ensino fundamental completo, católicas e com renda de até dois salários mínimos. Já a desaprovação é maior entre homens, pessoas com ensino superior completo, evangélicos e indivíduos entre 16 e 34 anos.
O destaque entre esses dados foi o aumento da aprovação entre as pessoas com 60 anos ou mais, que saltou de 49% para 57%. Já entre os mais jovens, pela terceira vez, a avaliação negativa superou a positiva.
Entre os seis estados cujos eleitores foram ouvidos nesta rodada, as maiores variações em relação à pesquisa mais recente, feita em abril, aconteceram em Pernambuco, onde a aprovação do trabalho do presidente Lula recuou de 73% para 65% e a desaprovação avançou de 27% para 33%; em São Paulo, com avanço de 48% para 55% na desaprovação e queda de 50% para 43% na aprovação; e em Goiás, também com grande aumento da desaprovação e recuo na aprovação.
Percepção positiva da economia cai
Para 40%, a economia nos últimos 12 meses piorou, melhorou para 27% e ficou igual para 30%. Na comparação com a pesquisa anterior, a percepção negativa ficou estável, com uma variação negativa de um ponto percentual. A avaliação de melhora, porém, registrou uma queda de seis pontos percentuais.
Entre os eleitores de Lula houve uma forte queda na percepção de melhora – de 66% para 36%, enquanto os que apontam piora subiram de 8% para 32%. Para 29%, a situação permaneceu igual.
O levantamento mostra também que para 78% da população os preços no mercado subiram, assim como os valores da conta de luz e dos combustíveis, em linha com a aceleração da inflação dos últimos meses, que chegou a 4,87% nos últimos 12 meses em novembro.
O emprego, por outro lado, é motivo de otimismo. Para 43%, está mais fácil conseguir trabalho hoje do que há um ano, contra 26% em outubro. Para 45%, o emprego está mais difícil. Essa variável pode ter influenciado a expectativa para a economia nos próximos 12 meses: 51% acreditam que a situação vai melhorar (45% em outubro) e 28% que vai piorar (36% em outubro).
Questionados sobre os rumos do Brasil, 46% dos eleitores afirmaram que o país está na direção errada, enquanto 43% afirmaram que está na correta.
Fonte: Exame