O Itamaraty divulgou, na terça-feira (26), uma nota expressando preocupação com o processo eleitoral na Venezuela. Encerrado o prazo para inscrição de candidaturas à presidência, Corina Yoris, nome definido pela oposição, não conseguiu se registrar.
Yoris não conseguiu acessar a plataforma fornecida pelo governo para registrar sua chapa. Segundo o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, o impedimento configura uma violação ao acordo de Barbados, onde a Venezuela assegurou a realização de eleições livres em troca do fim das sanções ao petróleo local.
O comunicado do Itamaraty diz que o Brasil irá colaborar para que o pleito no país vizinho “constitua um passo firme para que a vida política se normalize e a democracia se fortaleça”.
Firmado em outubro de 2023, o Acordo de Barbados busca, de acordo com o governo brasileiro, a “construção de consensos” entre representantes da atual administração venezuelana e a oposição.
Antes de Corina Yoris, a ex-deputada María Corina Machado também havia tido seu registro de candidatura negado. Ela venceu a disputa interna da oposição. Machado foi quem indicou Yoris como sua substituta.
Sem ambas as postulantes, o nome da oposição a Nicolás Maduro será Manuel Rosales, atual governador de Zulia. Corina Machado disse que não apoiará Rosales e que seu nome para o pleito segue sendo Corina Yoris.
O governo brasileiro destaca que outros dez candidatos “ligados a correntes de oposição” conseguiram registrar suas chapas.
Também se manifesta contra sanções “ilegais” com o objetivo de “isolar a Venezuela e aumentar o sofrimento do seu povo”.
Venezuela rebate Itamaraty
A Venezuela criticou, na terça-feira (26), o comunicado do governo brasileiro expondo preocupação com as eleições no país. Segundo o regime de Nicolás Maduro, a nota do Itamaraty parece “ditada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos”.
“A Venezuela repudia a declaração cinzenta e intrometida, redigida por funcionários do Itamaraty, que parece ter sido ditada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, onde são emitidos comentários carregados de profunda ignorância e ignorância sobre a realidade política na Venezuela.”, afirmou comunicado da Venezuela.
Na terça-feira (26), a opositora de Nicolás Maduro, Corina Yoris, não conseguiu registrar sua chapa para concorrer as eleições do país previstas para 28 de julho. Segundo o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, o impedimento configura uma violação ao acordo de Barbados.
Apesar de crítica ao Brasil, o ministério responsável pelas relações exteriores da Venezuela ressaltou que “aprecia” o posicionamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quanto às sanções impostas pelos Estados Unidos contra o país bolivariano.
Fonte: Poder360