ARACAJU/SE, 28 de outubro de 2024 , 11:23:51

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Jackson Barreto diz que Governo vive um “caos” financeiro

Da redação, AJN1

O governador Jackson Barreto (PMDB) afirmou nesta sexta-feira (22), que o Governo vive um “caos” nas finanças e apontou a queda do Fundo de Participação dos Estados (FPE) como o vilão da crise econômica que travou o cofre do tesouro estadual. As declarações aconteceram durante entrevista à TV Sergipe.

Em virtude da crise, Jackson fez questão de defender as medidas de contenção de gastos anunciadas esta semana, a exemplo da redução dos cargos comissionados.

“Nós queremos é verificar em cada área se houve algum excesso e chamar o feito a ordem, isto é, ficar somente o necessário a partir das informações de cada secretaria. É enxugar e enxugar. Em dezembro de 2014, a redução foi de 30% dos cargos comissionados, além da redução de 29 secretarias para 18. Agora, nós não temos um número exato de cargos comissionados. Essa análise é feita pela Secretaria de Planejamento e pela chefia da Casa Civil. É preciso enxugar o necessário para nos adequarmos ao momento de muita dificuldade, de caos financeiro na situação do Estado”, afirmou o mandatário.

Jackson esclareceu ainda que, a partir de janeiro, todos os cargos em comissão, incluindo o dele e do vice, Belivaldo Chagas (PMDB), só receberão seus proventos na “rabada” da folha de pagamento, ou seja, depois dos aposentados. “Cargo comissionado vai receber por último. Porque nós estamos fazendo uma avaliação de que a situação financeira do Estado está cada vez mais difícil”, reitera.

Queda do FPE

O governador também comentou sobre a queda no acumulado do ano de mais de R$130 milhões do Fundo de Participação dos Estados, o famoso FPE. “A Secretaria do Tesouro Nacional concluiu que Sergipe perdeu R$130 milhões este ano do FPE. Esse valor corresponde a uma folha de aposentados. Não tivesse havido essa queda, os aposentados teriam recebido em dia. É preciso que as pessoas entendam que não é o Governo que está criando dificuldade ao servidor, mas a situação da economia do País. Mês de dezembro nunca foi mês do FPE ter queda e este mês teve queda e R$25 milhões”, lamenta.

“Humilhado”

Jackson foi categórico ao afirmar que assumiu um Governo num momento conturbado e que se sente “angustiado” e “humilhado” ao ver o sofrimento dos servidores e não poder fazer muita coisa para solucionar.

“Peguei uma gestão no momento de crise. Jesus queria me testar. Não estou contando os dias para entregar o Governo, não fico com este negativismo. Para mim, chegar a ser governador do Estado é uma honra que qualquer sergipano teria, agora, ficar angustiado e viver humilhado com a situação do servidor é muito ruim”, asseverou.

“Vou decidir”

Perguntado se vai ser candidato ao Senado nas eleições de 2018, Jackson voltou a afirmar que ainda vai decidir. “Vou definir se serei ou não candidato. Quando eu disse que não seria candidato mais, no final de 2014, o País vivia outro momento, de legitimidade democrática, sem dificuldades financeiras. Agora, o tempo é outro”, refletiu.

Relação com o Governo Federal

Sem tartamudear, Jackson admitiu que a relação com o governo Federal é regular. “Temos que ter reciprocidade. Para apoiar o governo de Temer, é preciso que ele apoie meu governo”.

Outra questão destacada foi o esforço que a gestão estadual está fazendo para conseguir a urgente aprovação da operação de crédito de R$560 milhões, destinada a obras de infraestrutura e saneamento.

“O projeto foi aprovado pela Caixa, o contrato foi feito. A Secretaria do Tesouro Nacional (STN) disse que o Estado está enxuto e também já aprovou. O Governo, porém, está dificultando. Está aguardando aprovação da reforma da Previdência, mas a liberação desse crédito não tem nada a ver com essa reforma. Vale lembrar que o governo de Jackson Barreto não tomou nenhum empréstimo até hoje”, concluiu o governador.

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