Da redação, Joângelo Custódio
O ex-governador do Estado e candidato derrotado para o cargo de Senador da República na última eleição, Jackson Barreto de Lima, de 74 anos, e um dos fundadores do MDB em Sergipe, afirmou na manhã desta quarta-feira (14), durante entrevista para a rádio Xodó FM Aracaju, que não será mais candidato a cargo eletivo, porém, só deixará a vida política após a morte.
“Quero parabenizar o povo, porque o povo escolheu. Afinal, eu disputei 13 eleições e fui vitorioso em mais de dez. Por que eu tenho que reclamar? Eu me aposento agora como candidato, não da vida política. Da política eu não saio não. Só vou sair da política quando eu for sepultado em Santa Rosa de Lima, no mausoléu dos meus pais”, afirmou ele, em tom cômico.
Construção da derrota
Há quatro anos, ao vencer a eleição para governador, Jackson disse publicamente que não seria mais candidato e que, se ele voltasse atrás, era para a população não votar nele. Sobre essa polêmica declaração, utilizada maciçamente por seus adversários no horário eleitoral gratuito, o emedebista admite que lhe custou a derrota para o Senado.
“Eu ajudei a construir a minha derrota quando eu disse aquilo. Foi um discurso muito forte. Eu tive uma coragem imensa e ainda tive 200 mil votos de pessoas que não fizeram o que eu pedi. Um ciclo terminava ali, como terminou para Albano Franco, João Alves e Valadares”, disse, demonstrando arrependimento.
Não indicará secretários
Categórico, Jackson avisou que não fará parte do governo de Belivaldo Chagas (PSD) e que não indicará cargos. Apenas vai conversar e trocar ideias, sem desrespeitar as alianças políticas.
“Não vou fazer parte do governo. Não pretendo fazer indicação de secretário nenhum, posso conversar, trocar ideias, mas impor, Deus me livre. Ele tem de construir uma nova equipe, é mais novo, da geração de Marcelo Déda. Então, eu acho que ele tem de ter liberdade e fazer uma equipe de novos quadros, descobrir novos talentos que estão aí embutidos. Acho que cabe a ele discutir. Belivaldo ganhou com mais de 300 mil votos de diferença e tem toda a liberdade e autoridade para fazer um governo, fazer indicações, sem desrespeitar aliados, mas ninguém tem condições de impor nada”, opinou.