O deputado federal Marcelo Crivella (Republicanos-RJ) , ex-prefeito do Rio , teve mandato cassado pela Justiça Eleitoral neste domingo (28). A juíza Márcia Capanema da 23ª Zona Eleitoral do Rio de Janeiro, ainda aplicou uma multa de R$ 433.290,00 e determinou a inelegibilidade do parlamentar por oito anos, valendo desde a eleição municipal de 2020.
Crivella é acusado de “prática de abuso de poder de autoridade e conduta vedada a agente público em campanhas eleitorais”. A decisão atende ao pedido da coligação “É a vez do povo!” (PT e PCdoB), em 2020. Segundo a ação, ele é responsável por “monitorar e impedir a interlocução de cidadãos com profissionais de imprensa” com o objetivo de burlar as informações sobre o sistema de Saúde do Rio na época das eleições.
Para executar o esquema, o ex-prefeito usou servidores públicos municipais em desvio de função. Eles eram conhecidos como “Guardiões do Crivella” e foram identificados pela acusação.
Os contratados de Crivella faziam plantão na porta de hospitais municipais para atrapalhar reportagens e impedir que denúncias sobre saúde fossem noticiadas. A organização era feita por um grupo de WhatsApp, no qual o ex-prefeito admitiu que fazer parte, mas disse que nunca chegou a participar.
O líder do esquema era Marcos Luciano (o ML), assessor especial do gabinete do ex-prefeito. Em setembro de 2020, ele chegou a ter celular e computadores apreendidos pela Polícia Civil do RJ.
Eleições 2022
Crivella se elegeu como deputado federal nas eleições de 2022. Ele recebeu mais de 110 mil votos. Quando prefeito do Rio, em 2020, deixou o mandato com reprovação de mais de 60%.
Na Câmara, ele integra a base de apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Prisão
Crivella já foi preso em 22 de dezembro de 2020, dias antes de terminar o mandato na prefeitura do Rio. Ele foi acusado chefiar uma organização criminosa com o empresário Rafael Alves, que cuidava das negociações de contratos públicos.
Segundo o Ministério Público, a quadrilha transformou a repartição pública em um “QG da Propina” antes mesmo da eleição de Crivella, em 2016, e arrecadou mais de R$ 50 milhões.
A organização operava na Prefeitura do Rio e atraía empresas que queriam firmar contratos com o governo. Para conseguirem furar a fila, elas pagavam um percentual de 3% a 5% em propina sobre os valores.
Em 13 de fevereiro de 2021, ele teve o alvará de soltura expedido pela juíza de plantão no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Paula Fernandes Machado. A magistrada ainda o proibiu de sair do país após decisão. No dia anterior, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes havia revogado a prisão domiciliar de Crivella.
Fonte: IG