A Justiça Eleitoral decretou na manhã desta terça-feira (18), a prisão preventiva de Karina Liberal e João Henrique, ambos assessores do deputado federal eleito Valdevan Noventa (PSC), o qual está detido desde o último dia 7 por suposta fraude na prestação de contas da campanha e por coagir testemunhas durante a investigação.
Karina foi presa durante depoimento na sede da Polícia Federal, na companhia de seu advogado, enquanto João continua sendo procurado pelos agentes federais. A prisão acontece em consequência das investigações por suposta injeção de recursos ilícitos na campanha, configurada como abuso de poder econômico pela Procuradoria Regional Eleitoral (PRE-SE).
Segundo as investigações, integrantes da equipe de campanha de Valdevan aliciaram 86 moradores dos municípios de Estância e Arauá para simular doações ao candidato. No mesmo processo, o MP Eleitoral também pediu a cassação do mandato e a inelegibilidade do candidato por oito anos.
Conforme a procuradora Eunice Dantas, o suposto esquema de fraudes da campanha de Valdevan 90 foi descoberto pela PRE/SE, durante a análise das contas de campanha. De acordo com Eunice Dantas, uma série de dezenas de doações no valor de R$ 1.050 em dias próximos chamou atenção.
“Doações a partir de R$ 1.064,10 devem ser feitas obrigatoriamente por transferência bancária”, explicou a procuradora. “O valor um pouco abaixo do limite legal em mais de 80 depósitos nos alertou para o risco de fraude”, explicou.
Depois foi iniciada uma série de oitivas de doadores de campanha. Enquanto a maioria negava a fraude, as condições socioeconômicas dos doadores era mais um indício das doações irregulares. A maioria mora em imóveis muito simples, não têm emprego fixo ou recebem salários próximos a R$ 1 mil. Algumas testemunhas, entretanto, confirmaram ter apenas “emprestado” o número do CPF para a operação financeira.