ARACAJU/SE, 19 de agosto de 2025 , 17:17:57

Líderes religiosos repudiam inclusão de Malafaia em inquérito da PF

 

Líderes religiosos divulgaram, no domingo (17), uma nota de repúdio contra a inclusão do pastor Silas Malafaia em um inquérito da Polícia Federal (PF), enquadrando a medida como uma afronta à Constituição e uma tentativa de cerceamento da liberdade de expressão e religiosa.

A manifestação foi publicada pelo “Parlatório Brasil”, coletivo que reúne pastores e líderes cristãos de diversas regiões do país. No documento, o grupo afirma que a investigação foi instaurada “sem notificação formal” e “apenas em razão de suas opiniões”, o que, segundo eles, representa uma violação direta aos artigos 5º e 220 da Constituição Federal.

“Criminalizar a palavra é atentar contra a democracia, a cidadania e a fé”, diz o texto. A nota também alega que Silas Malafaia, além de ser um cidadão com direitos garantidos, “é uma autoridade no meio cristão-evangélico e legítimo em todo o país. Os signatários afirmam ainda que defender o direito do pastor é “defender a liberdade e o direito de todos”.

O manifesto é assinado por dezenas de pastores, entre eles nomes conhecidos como Teo Hayashi, Felippe Valadão, Nelson Junior, Jeter Josepetti, Michel Piragine, Samuel de Oliveira, Gustavo Paiva, Philipe Câmara, Igor Sircacusa, Arthur Pereira, Marcus Salles, Vinicius Motta, entre outros.

Investigação por suposta obstrução

A PF incluiu o pastor Silas Malafaia no inquérito que apura a suposta tentativa de obstrução do processo sobre plano de golpe de Estado envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o jornalista Paulo Figueiredo. A informação foi divulgada na quinta-feira (14) pela GloboNews.

O caso tramita em sigilo no Supremo Tribunal Federal (STF), sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes. Malafaia disse não ter sido notificado oficialmente e criticou o vazamento da investigação. “Eu não recebi notificação nenhuma. Isso é uma vergonha. A Polícia Federal vaza [a investigação] para a Globo. Que país é esse? É a prova cabal de que esses quatro anos que eu venho denunciando os crimes de Alexandre de Moraes, que ele promove perseguição política. Agora, chegou a minha vez”, declarou em entrevista à Gazeta do Povo.

A investigação foi aberta em maio e apura a atuação de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos e possíveis tentativas de obstrução. Malafaia classificou a acusação como “farsa de golpe” e afirmou: “Nós estamos a caminho da venezuelização. O Estado Democrático de Direito sendo jogado na lata do lixo. Em que lugar da Constituição é proibido criticar ministros do STF ou autoridades?”.

O pastor foi o organizador da manifestação em apoio a Bolsonaro realizada em 3 de agosto. No dia seguinte, Moraes decretou a prisão domiciliar do ex-presidente, alegando descumprimento de medidas cautelares após o cumprimento, por videochamada, a apoiadores no ato em Copacabana.

Além de Bolsonaro, Eduardo, Figueiredo e agora Malafaia respondem por coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O pastor disse não temer prisão. “Não tenho medo desses caras. Escolheram o cara errado. Eu vou para cima. Não tenho medo deles, não tenho medo de prisão, não tenho medo de polícia política. Vamos ver, vamos seguir em frente. É uma prova do que está acontecendo no Brasil”, afirmou.

Fonte: Conexão Política

Foto: Bruno Santos/Folhapress

 

 

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