Da redação, Joangelo Custódio
O vereador por Aracaju, Lucas Aribé (PSB), esteve na redação do jornal Correio de Sergipe e da Agência Jornal de Notícias (AJN1) na tarde desta quinta-feira (9), para um bate-papo informal com a diretora de jornalismo Claudia Lemos. O parlamentar, que tem 33 anos e é deficiente visual, aproveitou a ocasião para fazer um balanço de suas ações ao longo da legislatura de 2019.
“Foi uma visita de cortesia em agradecimento e apoio que nós temos do jornal na divulgação de nossas ações. Além do trabalho comum de fiscalizar as ações do Executivo e apresentar problemas com soluções, nós apresentamos alguns projetos de lei que infelizmente não tiveram uma tramitação rápida, e as poucas leis de nossa autoria sancionadas em 2019 foram de projetos anteriores, a exemplo da Bengala Verde e Transparência na Saúde”, destacou o vereador.
O projeto da Bengala Verde, explica o parlamentar, é uma campanha de conscientização com relação à pessoa de baixa visão. “Eles utilizam a bengala de cor verde para diferenciar a pessoa cega”. Já o da Transparência na Saúde obriga a gestão a apresentar, a cada mês, o relatório da quantidade de atendimentos e consultas em todas as unidades de saúde.
“Este ano, nós vamos reapresentar projetos que foram rejeitados na Câmara ou vetados pelo prefeito, a exemplo do Estatuto do Pedestre, da Feira de Troca de Brinquedos, o projeto da Pedagogia Hospitalar Humanizada”, enumera Lucas, de forma compassada e irretocável.
Acessibilidade
Sobre os avanços em obras de acessibilidade para pessoa com deficiência em Aracaju, Lucas afirma que não tem muito a comemorar. “Esse tema de acessibilidade ainda está a desejar. A gestão tem que assumir o seu papel e investir como uma de suas prioridades. A própria legislação já determina que seja assim, porém, não é cumprido”, critica.
Diante da descrença, ele ainda tem otimismo. “O que me deixou com uma certa esperança é sobre a dotação orçamentária para este ano. A Prefeitura colocou R$100 milhões para investir em urbanização e acessibilidade. Vamos acompanhar de perto essas ações. Em algumas obras, a acessibilidade está sendo feita não pela vontade do prefeito, mas por determinação de verba federal”, relata.
Avaliação negativa
Além das críticas com relação a projetos de acessibilidade, Lucas Aribé foi além e cobrou mais investimentos em áreas fundamentais como saúde, educação e valorização de servidores que, na sua compreensão, não estão acontecendo.
“Incomoda o não pagamento do reajuste dos servidores, assim como o piso do Magistério, que o prefeito justifica por falta de recursos. É engraçado não haver dinheiro para isso, mas a Prefeitura já anunciou um processo seletivo simplificado para 704 cargos este ano. Também cobramos um melhor atendimento na saúde, infraestrutura nas unidades de básicas de saúde, respeito aos servidores, melhoria na educação. A cultura, hoje, só se resume a festas, quando temos que incentivar a leitura e produção artística”, argumenta.
Candidatura
Lucas, que está no seu segundo mandato, também falou que pretende disputar a reeleição. “Nós pretendemos partir para a reeleição este ano, claro que ainda estamos em análise de todo um contexto, já que esta eleição será atípica por causa da reforma política”, analisa.
Mudança de partido
Perguntado se existe a possibilidade de trocar de partido, Lucas foi cauteloso, embora admita que possa acontecer.
“Conversei com Valadares Filho na última terça-feira (7), e pretendo também conversar com outras lideranças partidárias. Recebi alguns convites e vou analisar a possibilidade de mudar de legenda. Essa possibilidade existe, baseando-se em fatores ideológicos. Eu tenho um posicionamento político e o PSB atende essa ideologia, mas, ao longo do tempo, o nosso partido mudou alguns posicionamentos e isso gerou momentos de pequenas discussões, mas não existe rancor ou problema com ninguém. O tempo passa, as oportunidades aparecem e analisaremos com carinho. Não farei nada a toque de caixa para depois me arrepender”, conclui.