Foto: Ricardo Stuckert (PR)
O presidente eleito do Paraguai, Santiago Peña, afirmou ser favorável à recriação da Unasul. A declaração foi dada em Brasília, nesta terça-feira (16), após agenda com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O bloco, que chegou a ter 12 nações sul-americanas como membros efetivos, foi instituído em 2008, mas foi esvaziado ao longo do tempo por falta de consenso entre governantes dos países.
Em 2019, o então presidente Jair Bolsonaro (PL) comunicou por meio das redes sociais que o Brasil se retiraria do grupo.
“Adiantei que eu apoiarei o processo de integração em todos os âmbitos, seja a Unasul, o Prosul, a Celac e, claro, o Mercosul. Tenho vocação integradora e disse que Lula pode contar comigo nesse processo”, disse.
Peña falou ainda do acordo em andamento entre a União Europeia e o Mercosul, e fez críticas a algumas cláusulas.
“Nós somos a favor dessa negociação. E também compartilhamos da visão do Brasil de que as exigências, principalmente as ambientais, são muito duras”.
É a primeira viagem internacional do futuro mandatário do país vizinho após a vitória nas urnas, ocorrida no fim de abril. Do perfil conservador, Peña disse ainda que o Paraguai vai reatar as relações diplomáticas com a Venezuela.
“Historicamente, sempre tivemos uma boa relação com o povo da Venezuela. E isso não impedia que tivéssemos uma posição crítica da ausência dos direitos humanos. Falei com o presidente Nicolás Maduro por telefone e falei que, na condição de presidente eleito, vou trabalhar para restabelecer o processo de integração dos dois países”, completou.
Itaipu
O presidente eleito do Paraguai contou também que tratou com Lula do papel de Itaipu para o desenvolvimento da região.
A parceria com o Brasil completa 50 anos. Neste ano, o acordo passará por revisão de termos financeiros, diante do pagamento das dívidas relativas à construção da usina hidrelétrica.
Nesse contexto, Peña opinou ser favorável a mudanças no tratado com vista a gerar empregos e solucionar problemas sociais dos dois países.
“Não é com uma política rentista, vendendo energia, mas utilizando a energia. Paraguai tem o desafio de utilizar a energia. Itaipu pode ser uma fonte de desenvolvimento”.
Fonte: CNN Brasil