Enquanto os agricultores precisam recorrer à Justiça para tentar obter providências e frear as invasões em propriedades rurais, o líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, tem lugar privilegiado ao lado do presidente Lula. Ele embarcou com a comitiva presidencial para a China.
Na quinta-feira (13), ao participar da posse da ex-presidente Dilma Rousseff como dirigente do Banco dos Brics, Lula fez questão de registrar a presença de Stédile no evento em Xangai.
Uns dias antes da viagem, ele tinha gravado um vídeo e ameaçado promover marchas e invasões de terra em todo o país, no chamado “Abril Vermelho”. “Nosso movimento fará muitas manifestações em defesa da reforma agrária. Haverá mobilizações em todos os estados: marchas, vigílias, ocupações de terras e as mil e uma formas de pressionar para que a lei e a Constituição sejam aplicadas, e que latifúndios improdutivos sejam desapropriados e entregues a famílias acampadas”, declarou Stédile, em um vídeo postado no Twitter, na sexta-feira (7).
O vídeo foi justamente o motivo de a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) ter pedido, nesta semana, a prisão temporária ou preventiva de Stédile. O deputado Evair de Melo, que faz parte da FPA, classificou como “uma vergonha” a presença do líder do MST na China. “O Lula levou no seu avião o Stédile, esse líder do MST, esse invasor de propriedade, esse terrorista”, declarou o deputado. “Estamos horrorizados em saber que Lula é sócio desses bandidos, desses invasores de terra. Isso é uma vergonha, a insistência do presidente em andar com criminosos e os seus comparsas”.
Por causa das ameaças de mais invasões – foram pelo menos 16 desde que Lula assumiu -, a Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) pediu providências ao Supremo Tribunal Federal (STF), na quarta-feira (12). A entidade quer que o STF determine, em caráter liminar, medidas para impedir novas invasões de terra e, inclusive, que o governo federal, que nada fez até agora para evitar invasões, aja preventivamente para impedir o avanço do MST e de outros movimentos parecidos, como a Frente Nacional de Luta (FNL).
Fonte: Revista Oeste