A ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse, nesta segunda-feira (17), que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ficou mal impressionado com o montante de subsídios dados pelo governo brasileiro. Segundo ela, que esteve com o petista nesta manhã, Lula pediu que fossem apresentadas alternativas para conter o crescimento dessas renúncias fiscais e tributárias.
“Esses números foram apresentados para o presidente, que ficou extremamente impressionado, mal impressionado, com o aumento”, declarou Tebet a jornalistas no Palácio do Planalto. De acordo com ela, a renúncia tributária de benefícios financeiros e creditícios está no patamar de R$ 646 bilhões.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também participou do encontro. Os dois principais integrantes da equipe econômica mostraram para o presidente o relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o Orçamento de 2023 do governo.
Tebet e Haddad têm falado bastante sobre a revisão e o corte de gastos. A reunião com o presidente Lula é uma tentativa de sinalizar que essas medidas realmente serão executadas. A equipe econômica se comprometeu a equilibrar as contas públicas. Em 2024, a vontade do governo é que os gastos sejam iguais às receitas, ou seja, espera-se um déficit zero.
A questão é que a gestão fez muitas medidas para aumentar a arrecadação, mas poucas para reduzir as despesas. Essa constatação preocupa o mercado financeiro.
A percepção da equipe econômica é que a prioridade é analisar benefícios e mecanismos que claramente passam por algum tipo de irregularidade ou precisam de alguma reavaliação. Um dos mais citados é o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Questionado por jornalistas depois que saiu do Planalto se a revisão de alguma categoria foi apresentada para Lula, ele respondeu o seguinte: “Falamos sobre todos os cadastros”. Não quis dar mais detalhes.
Segundo Haddad, a reunião teve como foco central a apresentação de dados e números sobre as contas públicas para que fosse possível mensurar e entender os impactos de alguns gastos.
“A Casa Civil, Planejamento e Fazenda prepararam vários gráficos para ele (Lula) compreender a evolução das despesas e o que isso significa em termos de impacto”, afirmou o ministro.
Tebet e Haddad disseram que uma nova reunião para apresentar as opções para acomodar os gastos tributários deve ser realizada em um segundo momento.
“Nos deu tempo para que possamos nos debruçar sobre esses números, sair com alternativas, e é isso que nós vamos fazer na próxima reunião com o presidente”, afirmou a ministra.
Além de Tebet e Haddad, os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos) também participaram da reunião com o presidente Lula.
No caso do ministro da Fazenda, essa foi a segunda reunião do dia com o petista. Mais cedo, ele estava no Planalto com líderes do Congresso. Falaram sobre a aprovação de projetos do governo no Senado e na Câmara antes do recesso legislativo, especialmente a regulamentação da reforma tributária.
Fonte: Poder360