O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adiou, mais uma vez, a viagem à China. A recomendação é que ele adie a viagem até que se encerre o ciclo de transmissão viral após ter sido diagnosticado com pneumonia leve na quinta-feira (23).
Em entrevista à CNN nesse sábado (25), a pneumologista e pesquisadora da Fiocruz, explicou ser bastante comum hoje se verificar a associação de doenças virais, de transmissão respiratória, antecedendo uma infecção bacteriana.
“Os especialistas estão muito acostumados a ver isso, sobretudo em pessoas de mais idade. O presidente Lula não é um jovem, é um homem de 76 anos, que tem algumas situações de agenda muito pesada. Ele se contaminou com uma infecção viral – que foi detectada pelo vírus influenza A – e está recebendo medicamentos anti-virais”, explica.
Ela explicou ainda que, depois disso, houve uma contaminação bacteriana, ou seja, uma pneumonia bacteriana. “Em geral, ela é causada por uma bactéria bastante frequente — o pneumococo — e é sensível aos medicamentos, de modo que nossa expectativa é que seja mais um caso num paciente dessa idade”.
Referente ao repouso e à suspensão da viagem, Dalcomo esclarece que, como especialista, teria tomado a mesma recomendação. “Acho que os colegas que assim optaram, com a anuência do presidente, pelo melhor, ou seja, evitar uma viagem longa, com uma diferença de fuso horário de 12 horas, que exige uma adaptação”.
Segundo ela, quando o organismo começa a se adaptar, já está na hora de voltar. “A minha recomendação seria o adiamento dessa viagem por algumas semanas, e não apenas por uma semana ou 10 dias. A manutenção do tratamento pelo tempo necessário, em média, vai de sete a 10 dias”, esclarece a pneumologista.
Confira a entrevista na íntegra no vídeo acima.