ARACAJU/SE, 14 de dezembro de 2024 , 8:28:05

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Macron nomeia centrista François Bayrou como primeiro-ministro para estancar crise política na França

 

O presidente da França, Emmanuel Macron, nomeou nesta sexta-feira (13) o seu aliado centrista e político veterano François Bayrou, de 73 anos, como primeiro-ministro, com o desafio de alcançar uma maioria parlamentar que impeça a sua queda e agrave ainda mais a crise política no país, uma semana após a deposição de Michel Barnier, derrubado por um voto de desconfiança que recebeu apoio da extrema direita e da esquerda.

“O presidente da República nomeou o sr. François Bayrou como primeiro-ministro e o encarregou de formar um governo”, anunciou a Presidência francesa em um breve comunicado. Macron e Bayrou se encontraram por quase duas horas no início da manhã.

Bayrou é um velho conhecido da classe política francesa. A sua consagração na política nacional veio com a nomeação, em 1993, para o Ministério da Educação, em um governo de direita durante a Presidência do socialista François Mitterrand.

Desde então, encadeou os mandatos de deputado, eurodeputado, prefeito e de líder da sua formação centrista denominada Movimento Democrático (MoDem) desde 2007, além de ter concorrido às eleições presidenciais em 2002, 2007 e 2012, sem sucesso.

Para as eleições de 2017 decidiu apoiar Macron, que emergiu do centro com um discurso reformista “nem de esquerda nem de direita”. Como retribuição, foi nomeando ministro da Justiça, cargo o qual ocupou por apenas 34 dias — diante de uma investigação judicial relativa à contratação fraudulenta de assistentes no Parlamento Europeu.

Em fevereiro deste ano, o tribunal condenou o MoDem, mas absolveu o seu fundador em nome do “benefício da dúvida”. O MP recorreu da sentença e o caso permanece em aberto.

Governar sem maioria

A incerteza sobre Bayrou é se ele conseguirá, ao contrário de seu antecessor Barnier, formar uma maioria parlamentar que o permita governar. Deposto após apenas três meses no cargo, o líder do partido Les Republicains (LR) que ficou exposto à sigla de extrema-direita de Marine Le Pen.

Durante a tramitação do Orçamento de 2025, a extrema-direita apoiou uma moção de censura apresentada pela coligação de esquerda Nova Frente Popular (NFP), considerando que o antigo negociador do Brexit não respondia às suas reivindicações.

A sua censura agravou a crise política desencadeada em junho por Macron, após a inesperada antecipação das eleições legislativas de 2027, que deixaram a Câmara francesa sem uma maioria clara e dividida em três blocos: esquerda, centro-direita e extrema-direita.

Fonte: O Globo com AFP

 

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