Da redação, AJN1
Derrotado no primeiro turno das eleições para prefeito em Aracaju, alcançando o quarto lugar com 9,57% dos votos, o petista Márcio Macedo disse nesta quinta-feira (19), durante coletiva à imprensa, que o diretório do partido na capital, em comum apoio com a cúpula petista estadual, vai apoiar a candidatura de Edvaldo Nogueira (PDT) no segundo turno.
Durante a campanha, Márcio fez críticas ácidas ao antigo aliado – que tenta a reeleição contra a delegada Danielle Garcia (Cidadania) -, mas estrategicamente decidiu esfriar o embate e orientar seus eleitores e a militância petista a votar em Edvaldo por considerá-lo “menos nefasto” aos aracajuanos em comparação com a Delegada Danielle.
Leia a nota na íntegra
“Em 2020, o Partido dos Trabalhadores tomou a decisão política de lançar candidatura própria à Prefeitura de Aracaju, rompendo com o atual prefeito e construindo as bases para apresentar um outro projeto de cidade: inclusiva e sintonizada com os desafios contemporâneos.
O rompimento com o atual Prefeito se deu em virtude do completo afastamento dele, nessa última gestão, do projeto original iniciado pelo PT e liderado por Déda. Acabou a participação popular, desmontou o modelo de saúde básica, não fez a licitação do transporte coletivo, não construiu um programa social que atendesse aos mais necessitados, não executou um projeto de auxílio a pequena e micro empresa e a educação perdeu qualidade ficando na pior posição das capitais brasileiras segundo o IDEB.
Sendo assim, reafirmamos todas as nossas críticas, propostas, princípios e teses que defendemos na nossa campanha.
Nessa caminhada, após muitos debates programáticos, incorporou-se o PROS e a Rede Sustentabilidade, formando o que ficou conhecido como Frente Progressista de Aracaju.
Fizemos uma campanha de debate de ideias, elaboramos um amplo programa de governo e pautamos nosso diálogo com a sociedade no eixo da inclusão social com distribuição de renda e no desenvolvimento sustentável, evidenciando a necessidade da incorporação do planejamento urbano e de conceitos novos como o direito à cidade como temas urgentes a serem encarados pelo poder público.
O êxito político da candidatura Márcio Macêdo e professora Ana Lúcia foi grande, embora não tenha se materializado no eleitoral. Enriqueceu o debate e o princípio democrático que norteiam os processos eleitorais.
No segundo turno, com a responsabilidade de quem conquistou 10% dos votos no primeiro turno, temos a clareza de que nenhum dos nomes postos possuem relação com a pauta que apresentamos e desejávamos implementar na cidade. Isso, aliado ao fato de ambos representarem, por um lado, a negação da política, por outro, um modelo político conservador e atrasado, e, portanto, a despolitização da sociedade – algo que sempre atendeu interesses da elite que se acha dona do Brasil e de suas instituições. Isso mostra que tem pouco de alvissareiro no futuro próximo.
Temos consciência que das duas candidaturas postas, uma pode ser ainda mais nefasta para o futuro de Aracaju, porque carrega em sua origem a veia golpista do lavajatismo perverso e fascista.
Num cenário como esse, nossa responsabilidade é dizer não ao fascismo, à virulência e à judicialização da política. Temos compromisso com a democracia e com o povo de Aracaju.
Por tudo isso, recomendamos o voto crítico no atual prefeito da cidade, do PDT, deixando claro que isso não significa participação em sua campanha, muito menos num eventual governo dele. Trata-se de orientação política a nossa militância e ao nosso eleitorado. Trata-se do respeito e da crença inquebrantável na democracia, da responsabilidade com a cidade e com as pessoas, porque não desejamos um futuro ainda pior para elas.”