Os economistas ouvidos pelo Banco Central (BC) reduziram a estimativa de inflação em 2023 para 5,8%, a primeira redução abaixo do patamar de 6% desde o início de abril e primeira diminuição na trajetória de alta desde o final de março. Na semana passada, a projeção era de o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado o índice oficial para medir a inflação do país – fechar em 6,03% ao fim de 2023.
Para 2024, há nova previsão de diminuição do índice que mede o processo inflacionário: de 4,15%, registrado há uma semana, para 4,13%. Já para os anos de 2025 e 2026, as estimativas foram mantidas em 4%.
A projeção está publicada no Boletim Focus do Banco Central desta segunda-feira (22), semana que começa com perspectiva de votação no Congresso da proposta do novo marco fiscal para a economia brasileira. O boletim também é o primeiro após a publicação da publicação da prévia do PIB: o IBC-Br, divulgado na sexta-feira (19), aponta que a economia brasileira cresceu 2,41% no primeiro trimestre do ano.
A mudança de cenário apontada pelo Focus está em linha com o projetado por especialistas ouvidos pela CNN na semana passada. Já havia a expectativa de que houvesse redução das estimativas para inflação e juros diante dos dados positivos do noticiário econômico, como as vendas no varejo, alta no setor de serviços, nova política de preços da Petrobras, prévia do PIB e avanço na tramitação do novo marco fiscal.
Em relação ao crescimento da economia, a média das estimativas é novamente mais positiva do que a registrada há sete dias: a projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) passou de 1,02% para 1,2% neste ano. Para 2024, no entanto, as expectativas para a expansão do PIB foram reduzidas de 1,38 para 1,3%. Para 2025, se manteve a projeção de PIB de 1,7% e 1,8% em 2026.
Quanto à taxa básica de juros (Selic), as perspectivas foram mantidas em 12,5% ao fim de 2023; 10% em 2024 e 9% em 2025. Para 2026, a projeção se manteve em 8,75%.
O Índice Geral de Preços (IGP-M), conhecido como a “inflação do aluguel” teve queda substancial no período de sete dias. Para 2023, a estimativa do mercado caiu de 2,03% para 1%. No ano que vem, a projeção caiu de 4,14% para 4,12% e mantém patamar de 4% para os dois anos subsequentes.
O Boletim Focus traz ainda as projeções para o câmbio no fechamento deste e dos próximos três anos. Para 2023, a mediana das estimativas caiu em R$ 5,20 para R$ 5,15. Para 2024 e 2025, perspectiva é de câmbio em R$ 5,20 e, em 2026, moeda norte-americana cotada em R$ 5,27, queda de três centavos em relação a semana anterior.
Já as projeções para a relação entre a dívida e o PIB, os economistas ouvidos pelo Banco Central aumentaram a estimativa do comprometimento do orçamento com a dívida líquida do setor público de 60,7% para 61% ao final de 2023. Para o ano que vem, nova elevação, de 64,2% para 64,7%. Em 2025 a estimativa foi mantida em 67% do PIB e em 2026, comprometido estimado em 67,4%.
Fonte: CNN Brasil