Os memes que relacionam o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a aumento de impostos não param. Mais de 100 sátiras foram compartilhadas nas redes sociais, e pelo menos duas foram exibidas nos telões da Times Square, em Nova York (EUA).
As críticas se intensificaram durante a análise do Projeto de Lei Complementar (PLP) 68 de 2024, que regulamenta a reforma tributária. Os internautas também mencionam o fim da isenção das compras em plataformas internacionais de até US$ 50.
Haddad virou “O Taxador do Futuro”, “Walter Taxagrande”, “Taxado de Assis”, “Rombocop” e “Taxad”. Análise da Agência Bites mostra que 320 mil de quase 2 milhões de posts nas redes mencionando o ministro em 2024 foram veiculados na terça-feira (16) e na quarta-feira (17). É o maior pico de menções ao petista.
Só no X (ex-Twitter), a Bites identificou que, nos últimos 90 dias, 282 mil perfis postaram sobre Haddad. De 16 a 17 de julho, foram 85.000 contas falando do ministro da Fazenda.
Para Manoel Fernandes, diretor da Bites, os memes sobre Haddad começaram em um “ecossistema da oposição”, e foram amplificados por perfis bolsonaristas – o grande alcance, na sua avaliação, é normal.
“A internet é habitat da sátira, da descontração e da fofoca. Quando essas características se encontram na atividade política e dentro de uma bolha de polarização, a propagação é natural”, declarou o analista de dados ao Poder360.
Ele avaliou também que dois fatores ajudaram a dar mais tração aos memes: a exibição na Times Square, um dos cartões-postais mais conhecidos do mundo, e os questionamentos a respeito da espontaneidade do movimento.
Há também vídeos satirizando Haddad. Um trecho de “O Gladiador” foi alterado para mostrar o ministro como o imperador Commodus, personagem de Joaquin Phoenix. Já o personagem interpretado por Russell Crowe teve seu nome trocado. Era Maximus DecimusMeridius. Virou Maximus Tributus Assalariatus.
O diretor da Bites disse que, desde maio, as críticas de perfis ligados à direita não foram rebatidas pela esquerda. Fernandes citou a taxação em cima de compras internacionais de até US$ 50, conhecida como “imposto das blusinhas” por afetar os produtos adquiridos em varejistas chineses, como Shein e Shopee.
Parte da esquerda era contrária à taxação, sancionada por Lula (PT). “A direita, então, passou a reforçar a imagem de que ele (Haddad) trabalha para aumentar impostos”, disse Fernandes.
Fonte: Poder360