O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes decidiu, na segunda-feira (7), prorrogar por mais 60 dias o inquérito que investiga a atuação do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos contra autoridades brasileiras.
Moraes atendeu a um pedido da Polícia Federal (PF) de 3 de julho. “Considerando a necessidade de prosseguimento das investigações, com a realização de diligências ainda pendentes, prorrogo a presente investigação por mais 60 dias”, escreveu o magistrado.
Eduardo é investigado pelos crimes de coação no curso do processo, obstrução de infração penal que envolva organização criminosa e abolição violenta do Estado democrático de Direito.
O inquérito para apurar a sua conduta nos EUA foi aberto a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) em maio. Segundo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, o deputado tem se dedicado a conseguir que o governo dos EUA imponha sanções a integrantes do STF.
A investigação começou depois que o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmou que a administração do presidente Donald Trump (Partido Republicano) analisa aplicar restrições estabelecidas pela Lei Magnitsky contra Moraes. A norma autoriza o governo norte-americano a bloquear recursos financeiros e vetar a entrada de estrangeiros de qualquer nacionalidade.
Eduardo, que está afastado da Câmara dos Deputados desde março, quando foi morar no país, tem dado declarações em entrevistas e nas redes sociais contra o que considera ser “abusos” cometidos por Moraes. Ele também tem articulado sanções junto ao Congresso dos EUA contra o magistrado.
Na segunda-feira (7), Trump criticou a ação penal no STF contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado. Em publicação em seu perfil na Truth Social, o republicano disse que o Brasil está fazendo uma “caça às bruxas” contra o antigo chefe do Executivo brasileiro.
Os ministros do STF não responderam institucionalmente às críticas de Trump à condução do processo por tentativa de golpe. No mesmo dia, Moraes voltou a ser intimado em uma ação movida pela Trump Media e pela plataforma de vídeos Rumble. A Advocacia-Geral da União (AGU) disse que acompanha o caso.
No Brasil, Jair Bolsonaro prestou depoimento à PF em 5 de junho sobre Eduardo. Ele já afirmou ter enviado R$ 2 milhões para o filho se manter nos Estados Unidos com a mulher, Heloisa Bolsonaro, e os 2 filhos.
A licença de Eduardo é de 122 dias. Ele precisa voltar ao Brasil até o fim de julho ou poderá perder o mandato. Segundo o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, o deputado deve retomar suas atividades assim que encerrar o período de afastamento.
Fonte: Poder360