O senador Jaques Wagner (PT-BA), e líder do governo no Senado, afirmou em entrevista à CNN nesta terça-feira (29) que o momento não é para uma “reforma ministerial mais ampla”.
“O presidente [Lula] se comprometeu [com a reforma ministerial]. [Ele] acha que é importante para o governo trazer mais dois partidos políticos para a nossa base, e pretende fazer. Ele adiou porque o momento não é para uma reforma ministerial mais ampla”, disse o senador.
Em uma declaração em meio às negociações para incluir o PP e o Republicanos na Esplanada dos Ministérios, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) propôs a criação de uma nova pasta, que teria responsabilidade sobre pequenas e médias empresas, cooperativas e empreendedores individuais. Lula não indicou quem assumiria essa nova pasta.
Líderes do Centrão ouvidos pela CNN avaliam ser possível bater o martelo no novo desenho da reforma ministerial até esta quarta-feira (30), antes da viagem de Lula ao Piauí. Enquanto isso, PP e Republicanos aguardam uma nova rodada de conversas com o presidente.
Há esperanças de que Lula apresente uma nova proposta de redesenho da Esplanada, oferecendo uma solução para o impasse que se instalou nas conversas com o PP, que seguia reivindicando o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome para o deputado André Fufuca (PP-MA).
Sobre o impasse em relação à pasta do Desenvolvimento Social, Jaques Wagner diz que o ministério tem a “cara do presidente” para não ter alguém do PT sob seu comando, e que uma nova pasta para micro e pequenas empresas é uma “ideia”. A pasta é responsável pelo Bolsa Família e atualmente é chefiada pelo petista Wellington Dias.
No entanto, há outras possibilidades envolvidas para que a reforma ministerial aconteça.
Uma ideia que circula nos bastidores é tentar convencer o PP a aceitar o Ministério da Ciência e Tecnologia –hoje comandado por Luciana Santos, do PCdoB–, além do comando da Caixa Econômica Federal (atualmente com a petista Maria Rita Serrano). Luciana seria transferida para o Ministério das Mulheres.
A pasta da Ciência chegou a ser oferecida a Márcio França, que provavelmente terá de ceder o Ministério de Portos e Aeroportos ao deputado Silvio Costa Filho (PP-PE). Mas França, segundo interlocutores, mostrou-se resistente à ideia.
Esse desenho é apenas uma das propostas em discussão nos bastidores. Na avaliação de congressistas diretamente envolvidos nas negociações, há a avaliação de que Lula pode, inclusive, trazer novas sugestões para a mesa de negociação.
(Produzido por Tainá Falcão e com informações de Pedro Teixeira e Clarissa Oliveira)