ARACAJU/SE, 20 de junho de 2025 , 22:13:31

Moraes vota para condenar líder de acampamento do 8 de janeiro a 14 anos de prisão

 

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes votou nesta sexta-feira (20) pela condenação de Diego Dias Ventura, a 14 anos de prisão pela participação nos atos extremistas de 8 de janeiro de 2023.

O réu foi apontado como um dos líderes do acampamento que foi instalado em frente ao quartel do Exército, em Brasília. Moraes proferiu o voto no julgamento virtual da denúncia apresentada pela PGR (Procuradoria-Geral da República) contra Diego.

De acordo com a manifestação do ministro, o réu atuou na coordenação da logística do acampamento e participou dos atos extremistas na Praça dos Três Poderes.

De acordo com o voto de Moraes, relator da ação penal, o acusado também deverá pagar R$ 30 milhões pelos danos causados pela depredação. O valor será dividido com os demais condenados pelas invasões.

“O réu Diego Dias Ventura, após regular investigação, teve seu aparelho celular apreendido, sendo possível extrair conteúdos de mensagens e áudios compartilhados em diversos grupos de WhatsApp nos quais atuava na coordenação da logística do acampamento instalado em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília, promovia arrecadação de recursos financeiros e articulava ações entre os participantes”, disse o ministro.

Nas alegações finais apresentadas em 28 de fevereiro de 2024, a defesa de Diego Dias Ventura sustentou que ele participou apenas de uma “manifestação pacífica em Brasília, sem vínculo com atos de violência, depredação ou incitação”, e que não houve demonstração de dolo nem provas suficientes para a condenação.

Diego chegou a ser preso em 2023, mas ganhou o direito de responder ao processo em liberdade. Faltam ainda os votos dos ministros Flávio Dino, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Cristiano Zanin.

Quem é Diego Ventura

Ele foi apontado como um dos chefes da invasão ao STF, nos atos extremistas de 8 de janeiro. Ventura foi preso em julho de 2023 em mais uma etapa da Operação Lesa Pátria, que apurou os ataques aos prédios dos Três Poderes.

Ele estava a caminho da 3ª Assembleia Nacional da Direita Brasileira. Considerado um dos líderes dos atos antidemocráticos em Brasília o comerciante já havia sido detido pela PMDF (Polícia Militar do Distrito Federal), na véspera do Natal de 2022.

Ele e mais nove pessoas foram presos a caminho do Supremo, com estilingues, bolinhas de gude, facas, além de rádios transmissores. Todos foram detidos e conduzidos para a 5ª Delegacia de Polícia, na Asa Norte, e, posteriormente, liberados.

Imagens divulgadas pela imprensa mostram Ventura, no dia 8 de janeiro de 2023, chutando grades de contenção do STF e, posteriormente, já dentro do prédio do Supremo, comemorando o que chamou de “missão cumprida”.

O comerciante aparece ao lado de Ana Priscilla Azevedo, uma das organizadoras do acampamento montado em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, e de um grupo de extremistas no Telegram.

Ventura se apresentava como um dos líderes do grupo Abrapa 01, que ficou acampado em frente ao QG do Exército. Em vídeos e postagens nas redes sociais, o comerciante fez convocações para que mais apoiadores aderissem ao acampamento e recolheu doações para a manutenção da estrutura montada em Brasília.

“Você que está levantando essa bandeira do nosso povo de bem, de direita, patriota, que ama e zela por Deus, Pátria, família, liberdade e democracia, tem todo o direito de decidir ficar em casa, não fazer nada e desacreditar.

Somente os covardes desistem de uma guerra, de uma luta, de uma batalha e de enfrentar aquilo que, de alguma forma, te oprime, te para, te imobiliza, te engessa e te tira os seus direitos.

O povo mostrou que não é só capaz de levantar bandeirinha”, afirmou. “Lutar por aquilo que a gente acredita, que entendemos que é nosso direito, é a coisa mais honrada que nós patriotas podemos fazer.”

Fonte: R7

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