Da redação, AJN1
Representantes de movimentos sociais e da sociedade civil foram até à Câmara Municipal de Aracaju na manhã desta quarta-feira (16) protestar contra o aumento de salário dos vereadores, que passou de pouco mais de R$ 15 mil para quase R$ 19 mil. Na ocasião, os manifestantes apresentaram um abaixo assinado repudiando veementemente o que eles chamam de “escárnio” parlamentar.
Uma das manifestantes, a estudante Simone Ribeiro, 23, que não pertence a nenhum grupo sindical ou ideológico partidário, disse que a economia está mergulhada numa crise sem igual e “não é justo a classe política se beneficiar dos aumentos salariais". Se aumenta para um, continua ela, tem de aumentar para todos os trabalhadores.
Simone vai ainda muito mais além. Ela sustenta a tese de que, ao mesmo tempo em que o parlamento federal tenta aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC), sugerida pelo presidente Michel Temer, e que visa congelar os investimentos em saúde e educação, os salários dos vereadores aracajuanos foram reajustados em 21% e sem consulta popular, uma verdadeira “esculhambação” nas palavras da estudante.
Outra que se opõe ao aumento é a comerciária Jessica Sampaio, 30. Para ela, ao elevar os próprios salários, os vereadores ofendem a população, que não aguenta mais ser lesada pela classe política.
“Estou aqui porque não dá mais para suportar esses absurdos que os nossos representantes cometem a cada dia. Como eles conseguem pensar em aprovar os próprios salários, ao ver, ao mesmo tempo, as mazelas do povo, a crise em volta? Assinei o abaixo assinado para tentar barrar essa aprovação salarial, que está me cheirando a malandragem”, criticou ela, sem papas na língua.
A aprovação do aumento contou com o apoio e voto de dez vereadores que foram afastados por terem envolvimento na operação “Indenizar-SE”, da Polícia Civil, que apura o pagamento de verbas de indenização respaldadas em contratos fictícios de locação de veículos e de assessoria jurídica.
Justificativa
A votação do aumento do salário dos vereadores aconteceu no meio deste ano. À época, o presidente da Câmara Municipal, Vinicius Porto, afirmou que o reajuste dos parlamentares está amparado e assegurado juridicamente conforme consta na Constituição Federal Brasileira.
