ARACAJU/SE, 27 de outubro de 2024 , 3:31:54

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Não renunciarei, diz Temer em pronunciamento à nação

“Não renunciarei”, é o que disse o presidente Michel Temer na tarde desta quinta-feira (18), em pronunciamento do Palácio do Planalto, em Brasília. É a primeira fala de Temer após reportagem do jornal O Globo ter antecipado, na noite de ontem (17), o conteúdo da delação premiada de Joesley e Wesley Batista, do grupo JBS, à Procuradoria-Geral da República (PGR).

“Não comprei o silêncio de ninguém, sempre honrei meu nome e nunca autorizei usar meu nome indevidamente”, disse Temer. “Não solicitei que isso acontecesse e somente tive conhecimento do fato nessa conversa”, afirmou, ao reiterar que se encontrou com Joesley Batista, da JBS, e que o empresário contou a ele que “auxiliava um ex-parlamentar”.

“Sei o que fiz e sei da correção dos meus atos, e exijo investigação plena e muito rápida para os esclarecimentos ao povo brasileiro. Essa situação de dúvida não pode persistir por muito tempo”, disse Temer, em pronunciamento.

Segundo reportagem do jornal O Globo, em encontro gravado em áudio, em março deste ano, pelo empresário Joesley Batista, Temer teria sugerido que se mantivesse pagamento de mesada ao ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e ao doleiro Lúcio Funaro para que estes ficassem em silêncio. O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato, no Supremo Tribunal Federal (STF) homologou hoje as delações. O conteúdo dos textos estão sob sigilo. Fachin também autorizou a abertura de inquérito para investigar o presidente da República.

Em nota, a Presidência da República informou, ainda ontem, que o presidente Michel Temer “jamais solicitou pagamentos para obter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha”, que está preso em Curitiba, na Operação Lava Jato. A nota diz ainda que o presidente “não participou e nem autorizou qualquer movimento com o objetivo de evitar delação ou colaboração com a Justiça pelo ex-parlamentar”. Segundo a Presidência, o encontro com o dono do grupo JBS foi no começo de março, no Palácio do Jaburu. “Não houve, no diálogo, nada que comprometesse a conduta do presidente da República”.

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