ARACAJU/SE, 6 de novembro de 2024 , 7:19:18

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Neta publica texto em homenagem a João Alves Filho

Da redação, AJN1

Passados sete dias do falecimento do ex-governador de Sergipe e ex-prefeito de Aracaju João Alves Filho, quando também está prevista uma série de homenagens com a chegada da urna com as cinzas dele, o texto de autoria da neta do ex-governador, Maria de Lourdes M. Alves (@malumonalves), emociona e representa o sentimento da família. Nele, a neta relembra momentos marcantes e os ensinamentos de João Alves Filho.

“Desde pequena, acho que uma das coisas que mais escutei na vida foi “minha netinha”. Eu lembro de você me chamando, pra mostrar a alguém, com orgulho, algum talento que eu tinha e você tanto valorizava. Tanto que dizia até que eu era superdotada. Todo domingo me trazia um livro ou filme de presente, sem falta. E nunca deixava faltar no almoço meu sorvete de coco com amendoim. Você, em sua intelectualidade, me ensinou a importância do conhecimento, quando me incentivou tanto a assistir filmes que nenhuma criança pensaria em assistir (e eu adorava) e, tão jovem, me apaixonar pela leitura. Me ensinou o que é amor, cada vez que se ajoelhou pra me abraçar. Me ensinou a pensar grande, em toda sua megalomania, quando me deu, nos braços de meu pai, a oportunidade de cortar a fita de uma ponte que ninguém achou que seria materializada. Até que você fez. Quando construiu a Orla de Atalaia, a qual eu ia todo domingo com papai pro mundo da criança, e aquilo era minha Disney. Me ensinou a ter empatia, quando, já doente e debilitado, asfaltou o Santa Maria. E todas as vezes que colocou o povo acima da sua vida pessoal e até da sua saúde.

Eu gosto de pensar que me pareço com você. Na vontade de fazer grande, no empreendedor, no estudioso, no homem cheio de amor e conhecimento pra dar. No homem que fundou o IBAMA, quando ministro de Sarney. Que seus feitos nunca sejam esquecidos, que ideologias políticas nunca tirem sua grandeza. E que você esteja em paz, hoje, ao meu lado. Tenho medo de te perder, mas você vive na memória do povo. Nos livros que escreveu (com toda sua prolixidade, que eu puxei de ti também) e fiz questão de ler cada um. Eu te amo mais do que cabe em mim. Meu amor por você se estende a todo livro que leio, a todo projeto que lidero, a toda pessoa que ajudo, a todo filme clássico que assisto e a todo sonho que eu sei que você me deixaria sonhar, mas, além disso, faria de tudo pra que se concretizasse, por mais louco que parecesse; porque foi justamente sua megalomania que te fez histórico. E isso carrego no peito, com orgulho de ter seu sangue e ser sua neta. Eu te amo, Vô. Pra sempre”.

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