A edição do Quintas da CBIC desta quinta-feira (31) debateu o cenário político após as trocas partidárias e mudanças nos ministérios. Para o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, o assunto é fundamental para o setor. “Faz parte do nosso dia a dia. Nós, como cidadãos e como setor, temos que nos envolver com o tema. Nosso setor depende de visão de futuro, de uma estratégia de longo prazo. Quando lançamos um empreendimento, não lançamos para a semana que vem, mas para daqui três ou quatro anos. Por isso, é muito importante que essas informações cheguem a todos para conhecimento e planejamento”, disse.
Sobre a desistência do ex-juiz Sergio Moro de concorrer à presidência, anunciada ontem, o diretor do Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, ressaltou o lado positivo e o negativo para o presidente Jair Bolsonaro. “É positivo porque vai herdar a maior parte dos votos e negativo porque o assunto corrupção, que ele poderia trazer à baila da discussão, perde força. Acho que isso foi positivo para o Lula. A eleição sem o Sérgio Moro já começa a ter uma luz de que não é impossível terminar no primeiro turno”, afirmou.
Segundo o cientista político Leonardo Barreto, Moro pode ter entendido uma movimentação do partido Podemos para impedir sua candidatura ao Senado pelo estado do Paraná. “O Álvaro Dias talvez tenha feito o movimento de lançá-lo à presidência fundamentalmente para não ter um concorrente ao Senado. Agora as pesquisas têm um outro cenário”, falou.
Já o jornalista Marcone Gonçalves, sócio da TORRE Comunicação e Estratégia, enxerga que essa movimentação da desistência do Moro coloca um ingrediente interessante sobre a terceira via. “A terceira via não acabou, existe o Ciro Gomes. E me parece que o Ciro Gomes se beneficia em alguma medida desse cenário, porque adquire mais voz e mais espaço com o afunilamento dessas candidaturas”, reiterou.
Mudança nos ministérios
Sobre as mudanças nos ministérios do governo Bolsonaro, Gonçalves destacou que parece uma continuidade, mas tem uma novidade nessa movimentação. “Todos que foram escolhidos para substituir os seus titulares fizeram imediatamente a ponte com os caciques dos partidos. O secretário-executivo do Ministério da Infraestrutura procurou fazer a ponte com o centrão prontamente. Os demais secretários-executivos que assumiram fizeram o mesmo – trataram de criar uma boa relação com o centrão, que é de fato o centro gravitacional do poder hoje em Brasília que está no Congresso”, ressaltou.
Fonte: CBIC