O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse nesta quinta-feira (11) que considera o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, “competente”.
A declaração foi dada logo depois de o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), dizer que acha Padilha “incompetente”.
Ao dar sua opinião, Pacheco não mencionou especificamente o posicionamento de Lira.
“O que eu posso dizer é que eu me esforço muito para manter uma boa relação com o governo, com o próprio ministro Alexandre Padilha, por quem eu tenho afeição, eu tenho simpatia, e o considero também competente. Da parte do Senado Federal, nós vamos buscar ter o melhor relacionamento possível com o governo e com o próprio ministro Padilha”, afirmou Pacheco.Nesta quinta, Lira também pontuou que Padilha é um “desafeto pessoal” (veja
vídeo abaixo). O presidente da Câmara deu as declarações durante entrevista à imprensa em uma feira agroindustrial na cidade de Londrina, no norte do Paraná.”Essa notícia foi vazada do governo e, basicamente, do ministro Padilha,
que é um desafeto, além de pessoal, um incompetente. Não existe partidarização [na análise da prisão de Brazão]. Eu deixei bem claro que ontem [quarta-feira] a votação foi de cunho individual, cada deputado é responsável pelo voto que deu. Não tem nada a ver [com influência]”, afirmou Lira.Ele foi questionado por jornalistas sobre a votação na
Câmara que manteve a prisão do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) e um possível enfraquecimento da liderança de Lira na Casa.Questionado sobre se as críticas de Lira poderia dar início a uma crise institucional, Pacheco disse que é preciso conviver com as divergências.
“A gente tem que conviver com as divergências e eu espero que a relação do Parlamento com o Executivo, especialmente com essa peça-chave que é o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, ministro Alexandre Padilha, possa ser a melhor possível”, completou.
‘Saídinhas’
O presidente do Senado também afirmou que não haverá conflito entre governo e Legislativo se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidir vetar parte do projeto que restringe a saída temporária de presos no Brasil.
O prazo para a sanção termina nesta quinta. O governo deve vetar o trecho que impedia saída de presos do semiaberto para visitar a família.
Não haverá conflito qualquer que for a decisão do presidente. Nós vamos examinar se vamos manter o veto ou rejeitá-lo. Particularmente sobre esse instituto houve uma decisão muito consciente do Senado e da Câmara dos Deputados.
Bastidores da crítica
Nos bastidores, deputados dizem que Lira ficou chateado com o que considerou ser uma interferência do governo, sobretudo de Alexandre Padilha, na análise pela Câmara da situação de Brazão. Padilha disse que o governo orientaria pela manutenção da prisão.
Na entrevista, Lira acrescentou que considera “lamentável” que integrantes do governo “fiquem plantando mentiras”.
Lira disse também que a análise da prisão de Chiquinho Brazão não influencia em outras votações na Casa e na eleição do seu sucessor na Câmara dos Deputados.
Questionado sobre se a disputa pela presidência da Câmara já está em curso, Lira afirmou que “da parte” dele não. Pela legislação, ele não poderá tentar a reeleição para a principal cadeira da Casa.
Fonte: G1