ARACAJU/SE, 26 de novembro de 2024 , 9:30:00

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Papa Francisco: Rios de sangue e lágrimas fluem na Ucrânia

 

Sem nomear a Rússia, que vem perseguindo uma vasta ofensiva na Ucrânia desde 24 de fevereiro,o Papa Francisco falou longamente sobre a guerra após a oração do Angelus em 6 de março de 2022. Ele expressou sua proximidade com “este país conturbado” onde “rios de sangue e lágrimas fluem” convidando mais uma vez a retomar o caminho da negociação. Ele também expressou uma homenagem sincera aos jornalistas que trabalham nesta área extremamente perigosa.

Isto não é apenas uma operação militar, mas uma guerra que semeia a morte, a destruição e a miséria.

“Esta não é apenas uma operação militar, mas uma guerra que semeia a morte, a destruição e a miséria”, disse o Papa Francisco, em uma alusão à linguagem usada pelo Kremlin, mas sem nomear Vladimir Putin.

O Papa instou os líderes mundiais a tomar o caminho das negociações, já que está prevista uma terceira rodada de diálogo entre delegações russas e ucranianas em uma cidade bielorrussa perto da fronteira com a Polônia. Essas trocas ainda não produziram resultados tangíveis, uma vez que o acordo sobre a evacuação de civis da cidade sitiada de Mariupol, no sul do país, foi rapidamente violado.

No entanto, o Papa renovou seu apelo para a criação de corredores humanitários e para que “a ajuda seja garantida e o acesso facilitado às áreas sitiadas, a fim de oferecer alívio vital aos nossos irmãos e irmãs oprimidos por bombas e medo”.

“O número de vítimas está aumentando, assim como as pessoas que fogem, especialmente mães e crianças. A necessidade de assistência humanitária naquele país conturbado está crescendo dramaticamente a cada hora”, explicou o Papa Francisco.

“Agradeço a todos que estão recebendo refugiados. Acima de tudo, imploro que os ataques armados cessem e que a negociação – e o bom senso – prevaleçam. E que o direito internacional seja respeitado mais uma vez”, insistiu.

Dois cardeais enviados para a Ucrânia

Ele disse que “a Santa Sé está disposta a fazer tudo para se colocar a serviço desta paz”, explicando que o Cardeal Konrad Krajewski, Capelão Apostólico, e o Cardeal Michael Czerny, prefeito interino do Dicastério para promover o desenvolvimento humano integral, estiveram na Ucrânia nos últimos dias para ajudar a população.

“This presence of the two Cardinals is the presence not only of the Pope, but of all the Christian people who want to come closer and say: ‘War is madness! Stop, please! Look at this cruelty!” implored the Bishop of Rome.

O Papa também agradeceu aos jornalistas que acompanham o conflito. “Obrigado, irmãos e irmãs, por este serviço! Um serviço que nos permite estar perto da tragédia dessa população e nos permite avaliar a crueldade da guerra”, disse o Pontífice.

Finalmente, ele convidou para orar à Virgem Maria, Rainha da Ucrânia, observando a presença de muitas bandeiras ucranianas entre os fiéis reunidos na Praça de São Pedro.

Maior ofensiva militar na Europa desde a Segunda Guerra Mundial

A ofensiva russa na Ucrânia, lançada na madrugada de 24 de fevereiro, envolve várias centenas de milhares de combatentes e causou um grande número de baixas civis e militares. De acordo com o governo ucraniano, as baixas civis totalizaram mais de 2.000, e mais de 11.000 soldados russos foram mortos.

Em 2 de março, Moscou só reconheceu a perda de 500 homens, e havia dado uma estimativa de 2870 mortos entre as forças ucranianas. Nas últimas horas, houve uma forte concentração de forças russas ao redor da capital Kiev, levantando temores de uma grande ofensiva ou um longo cerco.

A resistência ucraniana parece ter pego o exército russo desprevenido, pois contava com uma operação relâmpago para derrubar as autoridades. Poucas horas após o início da ofensiva, o presidente russo Vladimir Putin pediu explicitamente ao exército ucraniano que se levantasse contra o governo do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, mas seu pedido de putsch não foi seguido.

Combates pesados e bombardeios continuam em várias cidades do país. A cidade de Kharkiv tem sido particularmente alvo esta semana, com greves atingindo prédios do governo, a universidade e a sede do bispado católico latino.

Esta guerra também está causando um grande êxodo da população. Um milhão e meio de refugiados ucranianos já foram contados desde 24 de fevereiro, e são principalmente bem-vindos em países vizinhos. Polônia, Romênia e Moldávia fizeram grandes esforços para ajudá-los.

Leia o texto completo das observações do Papa sobre a Ucrânia:

Queridos irmãos e irmãs,

Rios de sangue e lágrimas estão fluindo na Ucrânia. Não é apenas uma operação militar, mas uma guerra, que semeia a morte, a destruição e a miséria. O número de vítimas está aumentando, assim como as pessoas que fogem, especialmente mães e crianças. A necessidade de assistência humanitária naquele país conturbado está crescendo dramaticamente a cada hora.

Faço um apelo sincero para que os corredores humanitários sejam genuinamente assegurados, e que a ajuda seja garantida e o acesso facilitado às áreas sitiadas, a fim de oferecer alívio vital aos nossos irmãos e irmãs oprimidos por bombas e medo.

Agradeço a todos que estão recebendo refugiados. Acima de tudo, imploro que os ataques armados cessem e que a negociação – e o bom senso – prevaleçam. E que o direito internacional seja respeitado mais uma vez!

E também gostaria de agradecer aos jornalistas que colocaram suas vidas em risco para fornecer informações. Obrigado, irmãos e irmãs, por este serviço! Um serviço que nos permite estar perto da tragédia dessa população e nos permite avaliar a crueldade de uma guerra. Obrigado, irmãos e irmãs.

Rezemos juntos pela Ucrânia: temos suas bandeiras à nossa frente. Rezemos juntos, como irmãos e irmãs, para Nossa Senhora, Rainha da Ucrânia. Ave Maria…

A Santa Sé está pronta para fazer tudo, para se colocar a serviço desta paz. Nestes dias, dois cardeais foram para a Ucrânia, para servir o povo, para ajudar. Cardeal Krajewski, o Almoner, para trazer ajuda aos necessitados, e cardeal Czerny, prefeito interino do Dicastério para promover o desenvolvimento humano integral. A presença dos dois Cardeais lá é a presença não só do Papa, mas de todos os cristãos que querem se aproximar e dizer: “Guerra é loucura! Pare, por favor! Olhe para esta crueldade!

Fonte: Aleteia

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