O Primeiro Comando da Capital (PCC), fundado em 1993 em Taubaté, interior de São Paulo, expandiu suas operações para mais estados do que a própria rede de fast food McDonald’s. Um levantamento recente do Poder360, baseado no Mapa das Organizações Criminosas de 2024, mostra que a facção criminosa domina 24 estados e o Distrito Federal, com exceção do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, este último controlado majoritariamente pelo Comando Vermelho (CV).
Atualmente, o McDonald’s possui unidades em 23 dos 26 estados brasileiros, além do Distrito Federal, com exceção de Acre, Amapá e Roraima. A empresa, que chegou ao Brasil em 1979, lidera o mercado de fast food com mais de 1.000 restaurantes e cerca de 50.000 colaboradores. Em 2023, o faturamento da companhia foi de US$ 25,5 bilhões (R$ 155 bilhões) e o lucro líquido foi de US$ 2 bilhões (R$ 12 bilhões). Apesar de sua presença massiva e desempenho financeiro expressivo, a rede está atrás apenas da Starbucks em valor de mercado no setor, com US$ 36,9 bilhões.
Por outro lado, o PCC, uma organização criminosa com até 40.000 integrantes e um faturamento estimado em R$ 6 bilhões anuais, tem uma operação estruturada que rivaliza com a de grandes corporações. O grupo se financia principalmente com o tráfico de drogas, mas também é envolvido em atividades como roubos de carga, assaltos a bancos e sequestros. Desde sua fundação, a facção tem se expandido constantemente, mesmo após a prisão de líderes como Marcos Willians Herbas Camacho, o “Marcola”. Suas operações se estendem para além do Brasil, com ramificações em países vizinhos, como Bolívia, Paraguai e Colômbia, dominando rotas de tráfico de drogas e implementando um modelo de gestão que lembra o de uma organização empresarial.
Em São Paulo, a facção mantém uma presença imponente, com aproximadamente 10.000 membros espalhados por 90% das penitenciárias estaduais. O controle territorial é um dos principais fatores de sua ascensão, o que garante sua influência sobre diversas regiões do país. Além disso, sua diversificação de negócios, que inclui atividades ilícitas como tráfico de drogas e sequestros, fortalece ainda mais sua estrutura financeira.
Fonte: Conexão Política