A Petrobras terminou o terceiro trimestre com lucro líquido de R$ 46,1 bilhões, alta de 48% em comparação com o lucro de R$ 31,14 bilhões apurado no mesmo intervalo do ano anterior.
Segundo a companhia, o resultado refletiu a cotação do petróleo tipo Brent no período, cujo valor do barril subiu na comparação anual, mas recuou em base trimestral. Além disso, a companhia registrou um efeito positivo no resultado financeiro por conta de melhora no resultado de variações monetárias.
A receita de vendas da estatal somou R$ 170,08 bilhões no trimestre, alta de 39,9%, ante a receita de R$ 121,59 bilhões do mesmo intervalo de 2021.
O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado teve aumento de 50,5% no trimestre, para R$ 91,42 bilhões, ante os R$ 60,74 bilhões do período de julho a setembro do ano anterior.
A Petrobras encerrou o terceiro trimestre com resultado financeiro líquido negativo em R$ 7,97 bilhões, 49,4% abaixo do segundo trimestre de 2022 e 68,7% inferior ao número de R$ 25,48 bilhões no terceiro trimestre do ano passado.
Segundo a companhia, a melhora no desempenho financeiro reflete a menor depreciação do real frente ao dólar — 3% no terceiro trimestre contra 11% no segundo trimestre.
A receita financeira alcançou R$ 2,71 bilhões, um queda de 11,2% na comparação com o período de abril a junho, e avanço de 128,4% ante o terceiro trimestre de 2021.
Já a despesa financeira caiu 11,4% na comparação trimestral e recuou 33,3% na anual, para R$ 4,16 bilhões.
“Além desse efeito, houve melhora no resultado de variações monetárias devido, principalmente, à atualização monetária sobre os dividendos antecipados do exercício de 2022”, explica a companhia em seu comentário de resultados.
A linha das variações monetárias e cambiais líquidas ficou negativa em R$ 6,53 bilhões, número 53,8% menor que o do segundo trimestre e 68% inferior ao do terceiro trimestre de 2021.
A Petrobras encerrou o terceiro trimestre com R$ 36,69 bilhões em caixa, um montante 63,4% inferior aos R$ 100,27 bilhões do segundo trimestre.
Segundo a companhia, os recursos foram utilizados para pagar remuneração aos acionista; pagar dívidas antecipadamente e amortizar o principal e juros devidos no período; amortizar passivos de arrendamento; e realizar investimentos.
Dívida
O endividamento líquido da Petrobras chegou a R$ 256,7 bilhões no fim de setembro, alta de 42,3% ante o endividamento do fim de junho, de R$ 180,37 bilhões. Em setembro de 2021, a cifra tinha chegado a R$ 261,81 bilhões.
Com isso, a alavancagem financeira medida pela relação entre dívida líquida e resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado chegou a 0,75 vez, ante 0,6 vez no fim de junho e 1,17 vez em setembro de 2021.
Em dólares, a dívida líquida da estatal, atingiu US$ 47,48 bilhões, ante US$ 48,13 bilhões no fim de setembro de 2021.
Investimento
A Petrobras investiu US$ 2,13 bilhões no terceiro trimestre, alta de 14,4% na comparação com o mesmo período de 2021.
Nos primeiros nove meses do ano, os investimentos somaram US$ 7 bilhões, crescimento de 14% ante mesmo período de 2021. Segundo a companhia, o montante representa 59% dos US$ 11,9 bilhões estimados inicialmente para 2022, no Plano Estratégico 2022-26.
“Projetamos encerrar o ano com investimentos entre US$ 9 e US$ 10 bilhões, sem impacto na meta de produção de 2022”, informou a companhia.
Desinvestimento
As entradas de caixa no terceiro trimestre referentes aos desinvestimentos realizados pela Petrobras totalizaram US$ 537 milhões.
No valor, está considerado o recebimento do pagamento pela venda da Gapetro, no valor de US$ 392 milhões. No acumulado do ano, até setembro, a Petrobras recebeu US$ 3,9 bilhões, relativos a venda de ativos, incluindo pagamentos diferidos das vendas da empresa de gasodutos NTS e do campo de Bacalhau.
A Petrobras registrou lucro líquido de R$ 46,1 bilhões no terceiro trimestre deste ano, alta de 48% na comparação com igual período do ano passado, quando apurou R$ 31,1 bilhões.
Plataformas
O diretor financeiro e de relacionamento com investidores da Petrobras, Rodrigo Araújo Alves, afirmou que resta apenas à companhia a contratação de uma das 15 plataformas previstas pelo plano estratégico 2022-2026.
No período, a empresa assinou contratos de três novos navios-plataforma (FPSO, na sigla em inglês) – P-80, P-82 e P-83, para o campo de Búzios.
Em mensagem publicada no balanço financeiro do terceiro trimestre da estatal, Alves afirmou que a empresa aprovou os 13 primeiros projetos do fundo de descarbonização da companhia, no total de US$ 76 milhões.
A Petrobras registrou ainda pagamento recorde de impostos nos nove primeiros meses de 2022, de R$ 222 milhões, superando o total pago em 2021.
O executivo destacou ainda na mensagem que as ações da companhia apresentaram valorização de 1.436% em relação ao menor nível atingido na última década.
Na visão de Alves, sem seguir preços de mercado corre-se o risco de escassez de produtos, “com óbvias consequências negativas para a sociedade”.
“É impossível ser bem-sucedido se nos desviarmos da lógica de preços de mercado”, disse Alves.
A Petrobras registrou lucro líquido de R$ 46,1 bilhões no terceiro trimestre deste ano, alta de 48% na comparação com igual período do ano passado, quando apurou R$ 31,1 bilhões.
Fonte: Valor Econômico