A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informações no caso que apura a falsificação de certificados de vacinas de covid-19.
O indiciamento significa, na prática, que a PF entendeu que já há elementos suficientes para apontar responsáveis por um crime. Com isso, o caso segue para as mãos do Ministério Público Federal, que decide se apresenta denúncia à Justiça ou arquiva a apuração.
Além de Bolsonaro, outras 16 pessoas também foram indiciadas, como o tenente-coronel Mauro Cid e o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ). Cid e Reis também foram indiciados pelos dois crimes de inserção e falsificação. Além disso, o tenente-coronel foi indiciado por uso indevido de documento falso.
O crime de associação criminosa prevê pena de 1 a 3 anos de prisão; o de inserção de dados falsos em sistema de informações, de 2 a 12 anos.
Após a publicação deste post, o advogado de Bolsonaro Fabio Wajngarten disse considerar “lamentável” a divulgação da informação, mas não comentou o teor o indiciamento. Já o irmão de Reis, Washington Reis, declarou ao g1 que é uma covardia o que estão fazendo com o deputado e que ele recorrerá à justiça.
“O Gute nunca se meteu em vacina […]. O deputado Gutemberg não tem nada com esse assunto, ele não fazia parte do governo. Estava totalmente longe de tudo. O assunto vacina é política. Investigar cartão de vacina? É um acinte esse negócio. É perseguição política e covarde. É um vexame. Eu estava na linha de frente e não foi provado nada contra mim. E não será provado nada contra o Gute. Vamos provar que ele é inocente”, disse Washington Reis, atual secretário de Transportes do RJ, presidente estadual do MDB-RJ, e irmão de Gutemberg.
O g1 entrou em contato com a defesa de Cid, mas, até a última atualização do blog, não teve retorno.
Indiciados
Foram indiciadas as seguintes pessoas:
- Jair Messias Bolsonaro, ex-presidente da República;
- Mauro Barbosa Cid, coronel do Exército e ex-ajudante de ordens da Presidência da República;
- Gabriela Santiago Cid, esposa da Mauro Cid;
- Gutemberg Reis de Oliveira, deputado federal (MDB-RJ);
- Luis Marcos dos Reis, sargento do Exército que integrava a equipe de Mauro Cid;
- Farley Vinicius Alcântara, médico que teria emitido cartão falso de vacina para a família de Cid;
- Eduardo Crespo Alves, militar;
- Paulo Sérgio da Costa Ferreira
- Ailton Gonçalves Barros, ex-major do Exército;
- Marcelo Fernandes Holanda;
- Camila Paulino Alves Soares, enfermeira da prefeitura de Duque de Caxias;
- João Carlos de Sousa Brecha, então secretário de Governo de Duque de Caxias;
- Marcelo Costa Câmara, assessor especial de Bolsonaro;
- Max Guilherme Machado de Moura, assessor e segurança de Bolsonaro;
- Sergio Rocha Cordeiro, assessor e segurança de Bolsonaro;
- Cláudia Helena Acosta Rodrigues da Silva, servidora de Duque de Caxias;
- Célia Serrano da Silva.
Fonte: G1