ARACAJU/SE, 23 de outubro de 2024 , 15:37:47

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PF marca depoimento de ex-diretor da Abin e atual deputado federal Alexandre Ramagem para quarta-feira (17)

 

A Polícia Federal (PF) intimou o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), a prestar depoimento na quarta-feira (17), nas investigações de um suposto esquema de espionagem ilegal de autoridades dos Três Poderes. O depoimento foi agendado na superintendência da PF no Rio de Janeiro. Servidores da Abin também serão ouvidos na próxima semana.

A PF quer esclarecimentos do deputado sobre elementos encontrados nas fases da Operação Última Milha.

Durante a investigação, a PF encontrou no computador de Alexandre Ramagem um áudio de 1h08 — segundo a PF, possivelmente gravado por ele mesmo —, no qual o então presidente da República, Jair Bolsonaro, o então ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, e possivelmente a advogada do senador Flávio Bolsonaro tratam sobre as supostas irregularidades cometidas pelos auditores da Receita Federal na confecção de um Relatório de Inteligência Fiscal que deu início à investigação contra Flávio Bolsonaro.

Para os investigadores, isso evidencia o uso da estrutura da Abin para tentar retaliar os auditores que investigaram Flávio no caso da rachadinha.

Os investigadores encontraram várias mensagens em que Marcelo Bormevet, policial federal, e Giancarlo Gomes Rodrigues, militar, se referem a ordens ilegais dadas por quem chamam de “mestre” ou “chefe”. Os dois trabalharam na Abin na gestão Ramagem e foram presos na operação.

De acordo com a PF, as provas indicam que a expressão “mestre” é potencialmente vinculada ao superior hierárquico Alexandre Ramagem e que as ações clandestinas eram voltadas para obtenção de vantagens políticas advindas dos ataques aos opositores, instituições, sistema eleitoral e outros eixos de atuação.

O que diz Ramagem

Em postagem nas redes sociais, Ramagem negou irregularidades apontadas em relatório da PF durante sua gestão na Abin, no governo de Jair Bolsonaro.

Segundo o deputado, o sistema israelense FirstMile, contratado pela Abin, não foi usado para monitoramentos ilegais, que as autoridades citadas não foram espionadas e que os policiais “desprezam os fins de uma investigação, apenas para levar à imprensa ilações e rasas conjecturas”.

Em relação ao áudio, o deputado disse que não houve uso dos sistemas para interferir em processos ligados ao senador Flávio Bolsonaro, filho do então presidente Jair Bolsonaro.

Fonte: G1

 

 

 

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