A Polícia Federal (PF) deve ouvir nesta terça-feira o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), que foi diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e um dos principais homens de confiança do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ex-delegado da PF e candidato derrotado a prefeito do Rio de Janeiro, ele irá depor no inquérito que investiga a tentativa de um golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no início de 2023.
A investigação está na reta final para ser concluída e tem Bolsonaro como um dos principais investigados. O depoimento está marcado para as 14 horas. A fase de depoimento dos investigados é uma das últimas etapas do procedimento.
A coluna de Lauro do Jardim informou que Ramagem deve ser um dos indiciados na investigação, além do ex-mandatário. Procurado, ele não quis se manifestar.
O deputado também é investigado em um outro inquérito que apura se a Abin, sob o comando dele, foi utilizada para fazer o monitoramento ilegal de alvos que eram desafetos do governo Bolsonaro. Dados das duas investigações foram compartilhados.
A principal linha de investigação da PF é que diversos órgãos do governo passado foram mobilizados para interferir na posse de Lula, como setores da Abin, Polícia Rodoviária Federal, Palácio do Planalto e das Forças Armadas.
Uma das principais provas elencadas pela PF é a discussão de uma minuta golpista em reuniões nos Palácios do Planalto e da Alvorada, no fim de 2022. Segundo a PF, o ex-presidente teria convocado os então comandantes do Exército, da Aeronáutica e da Marinha para tratar sobre a aplicação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), estado de defesa e de sítio para impedir a transmissão o cargo a Lula, que havia ganhado as eleições naquele ano. Conforme as investigações, os chefes do Exército e da Aeronáutica se manifestaram contra o plano.
Fonte: O Globo