A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) indiciou Jair Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e uso de documento falso.
Jair Renan foi investigado por supostamente utilizar um documento com informações falsas de sua empresa de eventos para obter um empréstimo bancário que não foi pago.
A principal suspeita da polícia no inquérito é a falsificação de quatro relações de faturamento da empresa RB Eventos e Mídia, que pertencia ao filho de Bolsonaro.
Segundo a PCDF, a fraude foi realizada para inflar a receita fictícia da empresa — de R$ 4,6 milhões entre 2021 e 2022. Com isso, os empréstimos eram aprovados.
Em agosto do ano passado, Renan foi alvo de uma operação da PCDF que apura esse megaesquema de fraudes apontado pela Delegacia de Repressão a Crimes Tributários (DOT), do Departamento de Combate à Corrupção do DF.
O principal alvo da investigação é Maciel Alves de Carvalho, instrutor de tiro de Jair Renan.
Segundo a polícia, não há dúvidas de que os documentos apresentados aos bancos eram falsos. Com os números fictícios de lucro, os dois buscavam lastro para um empréstimo bancário. Na operação do ano passado, ele foi preso, mas solto na semana passada.
O instrutor de tiros também foi indiciado pelos mesmos crimes.
O relatório final da investigação foi encaminhado ao Poder Judiciário em 8 de fevereiro de 2024. Agora cabe ao Ministério Público decidir se pede mais diligências, oferece denúncia ou pede o arquivamento do caso.
Defesa
A defesa de Jair Renan Bolsonaro deve alegar à justiça que o filho do ex-presidente foi vítima de estelionato e não autor de crimes.
Na quinta-feira (15), a Polícia Civil do Distrito Federal divulgou que Jair Renan e o sócio Maciel Alves de Carvalho foram indiciados sob acusação de que usaram o nome de “laranjas” para obter empréstimos bancários por meio de uma empresa que teria os dois como os verdadeiros donos.
“Não estou falando sobre isso, a não ser que ele (Jair Renan) foi vítima de um estelionatário”, afirmou o advogado Admar Gonzaga.
O estelionatário, na versão do advogado, seria Maciel Alves.
Jair Renan e Maciel teriam se conhecido quando o filho de Bolsonaro ainda era adolescente.
Maciel é pastor e também atua como influencer na internet. Amigos do filho do presidente dizem que ele sofria muitos problemas emocionais devido à relação dos pais separados e que não percebeu que estava caindo em um golpe de quem queria utilizar sua imagem, devido ao sobrenome.
“Renan é um meninão, carinhoso, imaturo demais. Esse cara se aproximou dele, era professor de tiro, começou a levá-lo para a igreja, foi envolvendo Renan emocionalmente. Renan o agradece até hoje por ter apresentado a igreja. Mas (Maciel) é um estelionatário”, sustenta à CNN uma pessoa próxima de Jair Renan.
A estratégia dos advogados é alegar que Renan foi induzido a abrir conta bancária e que teve assinatura falsificada por Maciel Alves. O filho do ex-presidente argumenta ainda que vem sendo chantageado pelo ex-amigo.
A investigação da Polícia Civil, no entanto, concluiu se tratar de um grupo criminoso do qual Jair Renan faria parte. O inquérito durou oito meses, período em que houve depoimentos, buscas e apreensões, incluindo celular e HD de Jair Renan.
O caso agora irá para o Ministério Público do Distrito Federal, onde a defesa poderá apresentar novas manifestações e tem como estratégia acusar Maciel Alves.
Fonte: CNN Brasil