ARACAJU/SE, 27 de outubro de 2024 , 7:21:24

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Policial foi morto com 26 facadas quando estava amarrado

 

Da redação, AJN1

O policial civil Paulo Sérgio Souza de Jesus, o “Paulinho”, 61, foi espancado com um banco de madeira e morto com 26 facadas quando estava amarrado com fios. Isto foi o que revelou a investigação realizada pelas equipes do Complexo de Operações Policiais Especiais (Cope). O crime aconteceu na noite do sábado (3), na residência da vítima na Barra dos Coqueiros. Teria sido William Santos Gomes, o “William Zika”, 18, – morto em confronto com a polícia – o articulador do assalto e executor do policial.  O acusado agiu com extrema frieza e, com a vítima imobilizada, chegou a fazer uma vídeochamada para um comparsa mostrando o policial pedindo ajuda.

Além dele, outras duas pessoas participaram diretamente do latrocínio. Um adolescente – que já se encontra apreendido – e Willey Davi Souza Gomes, o “Davizinho”, 19, que está foragido, mas a família estaria propensa a apresentá-lo à polícia. Estão presos ainda Matheus França dos Santos, José Lucas Menezes Conceição, o “Lucas Perverso”, ambos com 19 anos, e Rafael Martins de Jesus, que já sabiam do planejamento do crime e atuaram como receptadores dos objetos roubados da casa da vítima.

“São jovens marginais, nojentos, que levavam uma vida de apologia ao crime, ao sexo e a transgressão de todos os valores sociais. É isso que a gente apurou das redes sociais. Indivíduos que viviam à margem da sociedade, da polícia, da justiça e das leis. Infelizmente Paulo não conseguiu se livrar de William a tempo de salvar sua vida. Ele vinha tentando e está provado nos autos ”, revelou a delegada Mayra Moinhos, que coordena uma das divisões do Cope, ao fazer referência aos envolvidos na execução do policial, que era chefe de custódia da 3ª Delegacia Metropolitana.

A delegada acrescentou que os objetos roubados foram recuperados, mas a polícia ainda trabalha para localizar a pistola, o revólver, uma espingarda e coletes.

Premeditado

As investigações apontaram que Paulo Sérgio conhecia William há quatro anos e há dois passou a se relacionar com ele. Nesse período, apesar da vítima ter procurado ajudar financeiramente o acusado, que cantava funk e rap e sonhava em ser MC, passou a se envolver em crimes. Diante da situação, o policial tentou se afastar dele, mas por conta de problemas que surgiram no relacionamento.

“Quando William percebeu que o apoio financeiro estava diminuindo, ele começou a chantagear e ameaçar, a pedir de forma incisiva, contundente e não sadia, que mantivesse o apoio prestado”, ressaltou a delegada, acrescentando que William resolveu assaltar Paulo, pois, apesar de não ter acesso ao local onde os armamentos ficavam guardados, ele  sabia da existência de armas na casa.

Pelo que ficou esclarecido, William planejou o crime, tendo convidado um adolescente – que já tem passagens pelo Centro de Atendimento ao Menor (Cenam) – e Willey Davi para executarem a ação criminosa. Além disso, William negociou com Lucas Perverso – que atua no tráfico de drogas no Parque dos Faróis – a venda do material que seria roubado da casa da vítima. “O receptador já sabia que a vítima era uma pessoa do relacionamento do acusado”, explicou Mayra Moinhos.

Conforme havia planejado, William convenceu o policial a permitir que ele e o adolescente se encontrassem em sua casa no sábado (3), pois pretendiam passar o final de semana na praia. “O policial saiu para abastecer o veículo e ao retornar, William já havia conseguido entrar no quarto e achar a pistola”, contou a delegada. Com isso, Paulo Sérgio foi rendido e passou a ser ameaçado para entregar as outras armas guardadas no imóvel. O policial foi agredido e levado até o quarto, onde foi amarrado pelo adolescente, que utilizou fios para imobilizá-lo.

Frieza

A vítima já estava imobilizada, quando Willey Davi teve o acesso a casa liberado. Durante toda ação, os acusados exigiam que o policial entregasse as outras armas. Com não cedeu, foi espancado e torturado, enquanto William passou a destruir móveis e objetos até encontrar um revólver, uma escopeta calibre 12 e um colete balístico. Inconformado com a recusa do policial em facilitar a execução da ação criminosa, William se armou com uma faca de cozinha e desferiu 26 golpes contra Paulo Sérgio. “A intenção era roubar. William já havia avisado a colegas e pessoas do seu convívio que assaltaria o colega policial com quem se relacionava”, ressaltou Mayra Moinhos.

Após a execução da vítima, os três acusados mantiveram contato com “Lucas Perverso” e Matheus e transportaram o material roubado no Logan de cor vermelha, que estava acautelado ao policial, até o Parque dos Faróis, em Nossa Senhora do Socorro. Na localidade, eles entregaram os equipamentos musicais e eletroeletrônicos aos dois receptadores e seguiram para vender as armas e o colete balístico.

Enquanto Lucas e Davi, orientados por William, usaram o carro para retornar à casa da vítima na Barra dos Coqueiros e recolher outros objetos. No entanto, ele abaram não tendo acesso ao imóvel em virtude de terem esquecido as chaves.

As investigações apontaram, que os criminosos ainda tentaram vender o Logan, conseguindo negociá-lo por R$ 2 mil, mas a transação acabou não se concretizando em virtude da equipe do 5º Batalhão da Polícia Militar (BPM) ter encontrado o carro antes. “O veículo não foi abandonado. Estava escondido no loteamento Itacanema para ser vendido”, explicou Mayra Moinhos. Ela acrescentou que William tinha envolvimento em assaltos a ônibus que fazem o transporte de passageiros na capital e veículos que fazem linhas intermunicipais.

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