Na manhã desta quarta-feira (27), o presidente da Companhia de Abastecimento de Sergipe (Deso), Carlos Fernandes de Melo Neto, participou de uma audiência remota, convocada pela Assembleia Legislativa, com o objetivo de esclarecer as constantes interrupções do abastecimento em alguns municípios sergipanos, principalmente os localizados no Alto Sertão.
Segundo os deputados, moradores de diversos municípios do semiárido relataram constantes falta de água. Além disso, relataram que a água chega nas torneiras sem condições para o consumo humano, devido a cor e mau cheiro.
O presidente da Deso explicou que as constantes falta de água em municípios diz respeito a falta de conclusão das obras na adutora do Alto Sertão. Segundo expôs o presidente, o custo operacional da obra da adutora corresponde a pouco mais de R$ 74 milhões, sendo que desse montante, apenas R$59 milhões já foram pagos. Faltando executar ainda cerca de R$ 15 milhões em obras para concluir.
Ele ressaltou que, tão logo os recursos do Governo Federal cheguem ao Governo do Estado, obras serão conclusas, contemplando todos os povoados e cidades de Sergipe com o abastecimento de água.
“Já estive nessa obra várias vezes com o ex-ministro do desenvolvimento regional, Gustavo Canuto, e com o governador Belivaldo. Há seis anos essa obra era elogiadíssima a nível nacional, pela velocidade e alcance de cobertura dos municípios, mas estamos agora sem recursos, faltam quinze milhões. Ela está bem avançada, e peço ajuda desta Casa que tem acesso em Brasília, para agilizar esse recurso financeiro para a conclusão, onde muitos municípios e povoados serão contemplados. Será uma conclusão definitiva para essa falta de água”, justificou.
Quanto à questão da cor e da qualidade da água em alguns municípios do estado, o presidente explica que, devido às fortes chuvas, muito material foi levado para dentro dos rios, ocorrendo a alteração da cor e a turbidez da água bruta na captação. Ele também explicou que, em algumas situações, a falta de água se dá de forma isolada e pontual, por queda de energia na Estação de Tratamento de Água. “Quando vem a enxurrada não tem ETA alguma que consiga manter a cor da água, mas logo que passa, se regulariza”, aponta.
Outro fator apontado por Melo diante da falta de água em alguns municípios é o rompimento de tubos da adutora do Semiárido. “Essa situação vem sempre ocorrendo, a operacionalidade da adutora era da antiga Semarh, hoje a Deso está à frente dessa gestão. O governador do estado quer solucionar de vez com esses rompimentos que são provocados pela pressão da água nos tubos atuais. Já fizemos a licitação e, agora em Julho, os novos tubos já estarão chegando e aí a gente resolve esse gargalo, que provoca falta de água naquela região do semiárido”, contou o presidente da Deso.
Tarifa Social
Os deputados questionaram ao presidente da Deso sobre a obrigatoriedade de visitação domiciliar de assistente social, mesmo diante da pandemia, para que os consumidores que se enquadrassem para a concessão do Programa de Tarifa Social recebessem o benefício. Melo ressaltou que a exigência da vista está expressa no regulamento do programa, a fim de análise do requerimento proposto pelo consumidor.
“Estamos elaborando uma resolução da diretoria para apresentar ainda essa semana ao conselho, para modificar a exigência dessa visita pelo menos nesse momento de pandemia. Além disto, hoje para ter acesso a tarifa social, pode-se fazer on-line, sem sair de casa”, informou Melo.
O presidente enfatizou ainda que não há uma gama de pedidos em aguardo. “Na semana passada o número de pedidos para a tarifa social chegou a menos de cem pessoas, os outros já estão dentro do programa. Cerca de 10 mil famílias, aproximadamente 40 mil pessoas, são contempladas em Sergipe com a tarifa social”, concluiu Melo.