ARACAJU/SE, 28 de novembro de 2024 , 22:50:58

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Presidente do BC fala em “boa vontade” com Lula, mas ressalta que não é hora de “fazer experimentos”

 

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, fez um aceno ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva nesta terça-feira (14), ao afirmar que é preciso “um pouco mais de boa vontade” com a nova gestão.

Em evento do BTG Pactual, Campos Neto declarou que é “justo” questionar os juros altos e que é dever do BC “melhorar a comunicação”. Lula e aliados têm criticado de forma recorrente o nível atual da taxa Selic, de 13,75%.

“Eu acho que é justo questionar juros altos, é importante que tenha alguém que faça esse papel no governo sempre, faz parte do jogo do equilíbrio natural. Quando os juros reais estão altos é importante ter o debate sobre por que está alto, é trabalho do Banco Central esclarecer e melhorar a comunicação”, afirmou.

O presidente do BC ponderou, porém, que agora não é o momento de “fazer experimentos com o Brasil”.

“O sistema de metas para a inflação funciona bem e não é hora de fazer experimentos, mas de melhorar a credibilidade”, acrescentou, deixando claro que é contra uma mudança na regra, apesar de enfatizar que essa decisão cabe ao governo.

“O debate é sempre importante, mas eu acho que no Brasil a gente não está agora num período no qual seria bom experimentar”, disse, voltando a rejeitar especulações de que o próprio BC teria sugerido ao governo um aumento nas metas.

“A gente já tem um sistema de metas que funciona bem, funciona bem no mundo, os países vizinhos que tiveram várias mudanças de governo seguem nesse sistema, tem funcionado. Então eu acho que agora é hora de não pensar em fazer experimentos, e sim ver como a gente faz para melhorar a credibilidade”, acrescentou.

Argumentando contra a flexibilização da meta, o presidente do BC disse que países que optaram por tem um pouco mais de inflação para buscar mais crescimento acabaram observando efeito adverso, com inflação muito alta e crescimento baixo.

Atualmente, as metas para a inflação estão em 3,25% para este ano e 3% para 2024 e 2025, com tolerância de 1,5 ponto percentual.

Fonte: Terra

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