Anderson Christian
A prefeita de Lagarto, Hilda Ribeiro (SD) é neófita em política. Assumiu a prefeitura após o afastamento, via Justiça, do prefeito Valmir Monteiro (PSC), ascendendo do posto de vice, primeiro cargo que concorreu, à de prefeita efetiva. Mas se é novata nesta seara, em termos de gestão Hilda vem demonstrando equilíbrio e sensatez de fazer inveja a muita gente que está na vida pública há muito mais tempo. E isso em meio a uma severa pandemia, que ela garante estar sendo combatida pela sua administração, ainda que lamente a postura de seus opositores.
“A oposição abandonou a população, não fez esforço para amenizar a crise do coronavírus e está preocupada apenas em fazer política em cima de um tema tão delicado que é a vida das pessoas. Mas o nosso grupo irá manter a civilidade e o respeito que a população de Lagarto merece”.
Quando confrontada com as críticas que recebe por ser esposa do deputado federal Gustinho Ribeiro, também do SD, sobre uma suposta interferência dele em suas decisões, Hilda é direta. “Tentam vincular a minha imagem à uma espécie de submissão ao deputado Gustinho, o que não existe! Eu comando a Prefeitura, com minhas decisões e sob a minha ótica. E Gustinho cuida do mandato dele”.
Mas é quando fala sobre o projeto para a construção de uma unidade do Hospital do Amor de Barretos/SP em Lagarto que Hilda Ribeiro fica completamente a vontade, com um indisfarçável brilho no olhar. “Vamos poder salvar vidas contra uma doença que vem matando muito em nosso Estado. Anualmente, cerca de 5 mil novos casos de câncer são diagnosticados. E com o Hospital de Amor poderemos reduzir este número, levando esperança para milhares de sergipanos. Este será um investimento de cerca de R$ 150 milhões. Além disso, temos a expectativa de que circule na Economia de Lagarto cerca de R$ 10 milhões mensais após a unidade ser inaugurada”.
Confira muito mais nessa entrevista exclusiva.
Correio de Sergipe – Como surgiram as tratativas para que o Hospital do Amor de Barretos/SP pudesse chegar a ter uma unidade em Lagarto?
Hilda Ribeiro – O deputado federal Gustinho Ribeiro iniciou um diálogo com o diretor-presidente do Hospital de Amor, Henrique Prata, que, por sinal, esteve esta semana em Lagarto para conhecer o terreno que a prefeitura doará, e com a bancada sergipana no Congresso Nacional para que fosse construída uma unidade em nossa cidade para suprir a necessidade de atendimento a pessoas com câncer em todo o Estado. Como sabemos, a família de Henrique Prata é de Lagarto e ele sempre nutriu o desejo de ter um hospital de grande porte na terra natal da sua família. Então, unimos este desejo à vontade da bancada federal sergipana e hoje o Hospital de Amor em Lagarto é uma realidade.
CS – De que forma se dará o financiamento desse empreendimento na área da saúde, visto hospitais para o tratamento de câncer são muito especializados e, por isso mesmo, mito caros do ponto de vista da sua construção?
HR – Recentemente, fizemos uma solenidade para a oficializar a compra do terreno onde será erguido o Hospital de Amor. A Prefeitura fez a aquisição da propriedade e, em seguida, a Câmara de Vereadores aprovou a cessão do terreno para que o Hospital possa construir sua sede. A construção da unidade se dará toda por iniciativa da administração do próprio Hospital de Amor. Ou seja, eles serão responsáveis pela obra que será custeada com valores de emendas da bancada sergipana. Temos a convicção de que este grandioso projeto sairá do papel por causa do compromisso, do respeito e da legitimidade que toda a equipe do hospital de Amor de Barretos tem com este trabalho.
CS – Após pronto, como será administrado o Hospital do Amor? A Prefeitura entrará com alguma parte no administrativo? Dará algum apoio financeiro?
HR – Quem irá administrar a unidade é a própria equipe do Hospital de Amor. Mas, como prefeita de Lagarto, irei me colocar à disposição para ajudar e colaborar através da Prefeitura da forma que for necessária quando o hospital estiver funcionando. Estamos participando desse projeto desde o seu nascimento quando compramos um terreno no valor de aproximadamente R$ 2 milhões que será doado para a construção do Hospital de Amor. Reforço que o Município estará à disposição do Hospital de Amor, mas toda a gestão administrativa é sob responsabilidade deles.
CS – Qual deve ser o impacto do Hospital do Amor no desenvolvimento da cidade, visto que Lagarto já tem referência na área da saúde por conta do campus da Universidade Federal de Sergipe justamente nesse segmento?
HR – Teremos em nossa cidade o maior centro de tratamento contra o câncer do Norte-Nordeste. Além disso, teremos ensino, pesquisa e prevenção. E este projeto vai nascer forte. O projeto que será desenvolvido em Lagarto está num patamar diferenciado. Vamos poder salvar vidas contra uma doença que vem matando muito em nosso Estado. Anualmente, cerca de 5 mil novos casos de câncer são diagnosticados. E com o Hospital de Amor poderemos reduzir este número, levando esperança para milhares de sergipanos. Este será um investimento de cerca de R$ 150 milhões. Além disso, temos a expectativa de que circule na Economia de Lagarto cerca de R$ 10 milhões mensais após a unidade ser inaugurada. Teremos milhares de empregos gerados e muita renda circulando na cidade. O projeto prevê ainda a construção de um aeroporto no complexo hospitalar. Pode ter certeza que teremos uma outra cidade assim que começarem as obras e com o hospital em funcionamento, iremos despontar para o crescimento do nosso Município. O diretor-presidente do Hospital de Amor nos garantiu que em Lagarto será implantada uma Medicina honesta, com uma proposta diferente de tudo que foi visto no País. Um hospital que será referência na América Latina.
CS – Recentemente houve uma polêmica sobre uma autorização para a construção de uma fábrica de asfalto na cidade. Existe alguma relação entre a não liberação do local e a área que já foi doada pela prefeitura para a construção do Hospital do Amor?
HR – Nós solicitamos ao Dr. Henrique Prata para que seja realizado um estudo para saber se este tipo de indústria que estão querendo instalar em frente ao Hospital de Amor pode gerar algum impacto negativo para a unidade, que atrapalhe o seu funcionamento. Além disso, estamos conversando com os proprietários da usina para que, no caso da impossibilidade da construção da indústria próximo ao hospital, ela seja construída em local. Além disso, existe a possibilidade de instalação de alguns empreendimentos imobiliários na proximidade.
CS – Você é mulher, jovem e administra um dos principais municípios sergipanos. Acredita que ainda haja algum tipo de discriminação por conta de uma figura com o seu perfil comandar um Executivo tão importante?
HR – Eu não tenho dúvidas disso. Particularmente, desde que assumi a Prefeitura de Lagarto, já percebi que nossos adversários tem preconceito por eu ser mulher. Eles acham que por isso não tenho capacidade de administrar. Eles tentam vincular a minha imagem à uma espécie de submissão ao deputado Gustinho, o que não existe! Eu comando a Prefeitura, com minhas decisões e sob a minha ótica. E Gustinho cuida do mandato dele. Mas o que importa é que expressamente a quase totalidade da população lagartense pensa justamente o contrário. As pessoas conversam comigo e falam sobre a importância da sensibilidade feminina ao administrar a coisa pública. E dizem também que percebem essa diferença em relação a todas as administrações passadas. Então, tudo isso me faz esquecer o preconceito e o machismo dos adversários políticos.
CS – E em relação a pandemia do novo coronavírus, como Lagarto está enfrentando a situação? Na sua avaliação, há opositores que se utilizam da pandemia para fazer política?
HR – Lamentavelmente, sim! Desde que teve início esta pandemia, a oposição tem buscado atrapalhar o trabalho que a Prefeitura de Lagarto vem desenvolvendo. Infelizmente, o que estamos vendo hoje é uma oposição pautada na fake news, nas mentiras e na torcida do quanto pior melhor. Diante de uma crise mundial de Saúde, a oposição abandonou a população, não fez esforço para amenizar a crise do coronavírus e está preocupada apenas em fazer política em cima de um tema tão delicado que é a vida das pessoas. Mas o nosso grupo irá manter a civilidade e o respeito que a população de Lagarto merece. Não iremos entrar nesse jogo sujo de menosprezar a vida das pessoas. Não somos assim. Se eles quiserem continuar fazendo isso, pode fazer.
CS – A gestão que Hilda Ribeiro vem realizando a credencia a tentar um novo mandato nas eleições desse ano?
HR – Desde quando aceitei ser vice-prefeita de Lagarto, eu compreendi a importância da política para a vida das pessoas. E no ano passado, quando eu tomei posse como prefeita, passei a ter a real noção de que daquele momento em diante eu teria uma missão enviada por Deus para cuidar da vida de mais de 110 mil lagartenses, buscando melhorar o desenvolvimento da cidade, gerando emprego e melhorando a qualidade de vida das pessoas. Apesar das dificuldades e dos inúmeros problemas que encontrei quando assumi, sempre me senti segura para entender como funciona o sistema político e por em prática minhas ideias, sempre prezando pelo respeito com o erário, com honestidade e preocupação em trabalhar sempre em prol do povo. Aos poucos, buscamos os meios para fazer com que as obras tivessem prosseguimento e conseguimos implantar um modelo de gestão prática e que vem trazendo excelentes resultados para Lagarto. Então, o meu nome está à disposição do meu grupo político. Porém, neste momento, estou focada em trabalhar e adotar medidas para combater o coronavírus, retomar a economia da nossa cidade e atuar ao lado do povo de Lagarto.