ARACAJU/SE, 26 de outubro de 2024 , 4:24:11

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Reforma ministerial do Governo Lula é adiada

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve adiar novamente a reforma ministerial para depois de sua viagem à África do Sul, onde participará do Brics e só retornará no próximo final de semana. O chefe do Executivo passou o dia em encontros com ministros fora da agenda oficial. A expectativa era de que Lula anunciasse ontem (18) as mudanças para acomodar o Centrão, mas o grande impasse ainda gira em torno do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), dirigido pelo petista Wellington Dias, amigo e homem de confiança do presidente.

A pasta é cobiçada pelo Centrão e seria ocupada pelo deputado federal André Fufuca (PP-MA). Porém, Lula reluta em entregar o MDS e se reuniu com Dias nos últimos dois dias. O ministro obteve aval do petista para tocar o novo projeto contra a fome no Brasil, intitulado “Brasil sem Fome”. O presidente também marcou viagem ao lado dele para o Piauí no próximo dia 31, onde deverá anunciar o programa.

Na quinta-feira (17), o ministro da Casa Civil, Rui Costa, foi categórico em negar a saída do ministro e o desmembramento da pasta, que abriga o Bolsa Família. Conforme relatos de membros do governo ao Correio Braziliense, no cenário desenhado até o momento, a presidência da Caixa Econômica Federal sairia da alçada de Maria Rita Serrano e seguiria sob direção da ex-deputada e advogada próxima a Arthur Lira (PP-AL), Margarete Coelho.

Outra alteração ocorreria com o ministro Márcio França (PSB), que deve deixar Portos e Aeroportos, que ficará sob o guarda-chuva de Silvio Costa Filho (Republicanos-PE). França pode assumir o Ministério de Ciência e Tecnologia, e a titular, Luciana Santos, deve ser alocada na pasta das Mulheres, de Cida Gonçalves.

Na noite do último dia 16, Lula conversou fora da agenda oficial com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para acertar os ponteiros em relação à troca de cadeiras e garantir maioria para votação de projetos do governo. A votação do novo arcabouço fiscal, matéria considerada prioritária para o Executivo, foi novamente adiada nesta semana devido ao imbróglio.

Um dos acenos explícitos do Centrão a Lula foi a anulação da convocação do ministro da Casa Civil, Rui Costa, para a CPI do MST, feita por Lira. Após o início de relação conturbada com o governo, partidos do Centrão indicaram deputados bolsonaristas para ocupar a comissão. Entretanto, com o pontapé da entrada de PP e Republicanos na Esplanada com a troca no Turismo de Daniela Carneiro (União-RJ) pelo atual ministro Celso Sabino, que tomou posse no dia 3, a fome do Centrão foi amansada momentaneamente.

Para a próxima semana no Congresso, entre as prioridades do governo com caráter de urgência está o arcabouço fiscal, o reajuste do salário mínimo, do salário dos servidores e do vale alimentação.

Fonte: Correio Braziliense

 

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