O reitor da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Ângelo Roberto Antoniolli, discursou na Assembleia Legislativa (Alese) na manhã desta quinta-feira (16), sobre o corte de quase R$30 milhões no orçamento da universidade. Ele lembrou que a UFS é a única instituição pública de ensino do estado deve ser defendida por todos os sergipanos.
“O país todo está acordando e isso é bom. Foi o que percebemos no movimento de ontem (15) em todo o país: a defesa incondicional da universidade pública como patrimônio do povo brasileiro”. A UFS não é patrimônio do reitor, dos professores. Ali nós formamos mestres, doutores, professores. Nos últimos 20 anos, nós formamos mais de 13 mil professores e isso é um número muito significativo. Nós não estamos competindo com ninguém. Estamos entregando para a sociedade, o que ela clama e precisa para o seu desenvolvimento social, desenvolvimento humano. Tudo isso é fundamental para constituir uma sociedade equilibrada. É uma relevância”, afirmou, diante dos deputados.
Custeio
Lembrando que o contingenciamento está concentrado pelo próprio decreto do Governo Federal dentro do funcionamento da UFS e a matriz de recursos vem em rubricas carimbadas, o reitor informou que o custeio da Universidade Federal de Sergipe tem um valor significativo.
“Hoje o custeio é de 100 milhões/ano para fazer a universidade funcionar pagando os terceirizados, ou seja, os cargos extintos (vigilantes, motoristas, pessoal da limpeza). O Governo Federal, no passado, extinguiu esses cargos e passou recursos para que as universidades possam contratar empresas para o funcionamento das instituições e é em cima desses recursos que haverá o contingenciamento. No meio dos contratos eu tenho uma redução abrupta de 30 milhões de reais e isso inviabiliza os contratos da UFS para essas funções. Eu não posso dispensar os vigilantes e dispensar os 30 mil alunos, 1.500 professores e 1.400 servidores técnicos-administrativos”, critica.
UFS X Onyx
Indagado sobre as declarações do ministro da Casa-Civil, Onyx Lorenzoni, que considerou notas baixas nos cursos da UFS, Antoniolli foi enfático: “Eu não sei qual o entendimento do ministro. Eu uso a base de dados do MEC (Ministério da Educação); é lá no MEC que eu falo que nós temos 48 programas de mestrado, 19 programas de doutorado, dos quais 15 obtiveram nota 4 e notas 5; é lá que eu pego os dados que eu tenho. Eu não sei de onde o ministro tirou esses dados, talvez ele não usou essa base de dados adequadamente, ou talvez houve um descuido qualquer. Eu uso a base de dados do Governo para expressar qualquer indicador”, garante.
14ª posição
De acordo com o reitor, quando diz que 90% da pesquisa é gerada no Brasil, não está inventando. “São dados do Governo que colocam o Brasil na 14ª potência mundial quanto a produção de conhecimento. Isso não sou eu que estou inventando, não é o meu sonho. É com essa base de dados que eu tenho que expressar o que a UFS é responsável. Nós representamos um pouco mais de 5% das matrículas do ensino superior no país; quase 10% é feito pelo ensino privado”, informa.
União
Ângelo Antoniolli informou que os reitores das 63 universidades federais existentes no país estão unidos em favor da educação. “Estamos todos numa mesma situação, dialogando intensamente e semana que vem teremos uma reunião onde faremos uma discussão integrada; com a responsabilidade sobre o funcionamento, o papel das universidades públicas, sobre a relevância que elas têm no estado brasileiro”, finaliza.
A Universidade Federal de Sergipe está completando 51 anos de existência e as comemorações serão no Teatro Atheneu.
Com informações da Alese