Da redação, Joângelo Custódio
O governador Jackson Barreto (PMDB) foi a Brasília na última sexta-feira (4), ocasião em que se juntou aos demais chefes de Estado para participar de reunião convocada pela presidente Dilma Rousseff (PT). Em pauta, as lendárias negociações das dívidas dos estados com a União. Mas a conversa não se limitou a cifras devedoras. Em conversa no pé do ouvido com a mandatária, o peemedebista aparentou estar enciumado com o tratamento dado por Dilma aos governadores da Bahia e Alagoas, e chegou a fazer um pedido chistoso: "Assuma a paternidade do meu estado".
Sem prestígio com a presidente, Jackson disse que sente Sergipe fora dos eixos dos investimentos do governo Federal, se comparado com os recursos canalizados nas contas de Alagoas e Bahia. Para Jackson, os estados vizinhos ganham mais atenção porque têm “padrinhos” de envergadura nacional, deixando Sergipe em um “sanduíche”.
“Disse a presidente que estamos vivendo em um sanduíche. Alagoas tem um padrinho, é o Renan Calheiros, presidente do Congresso. Na Bahia, o governador tem um padrinho que é o ministro Jacques Wagner, da Casa Civil, e nós estamos aqui imprensados nesse sanduíche. Eu pedi a ela que assumisse a paternidade do meu estado, para poder equilibrar os recursos da União para que Sergipe, Alagoas e Bahia tenham recursos na mesma proporção”, cutucou o ele durante entrevista a uma emissora de rádio local na manhã de hoje (7).
A resposta da presidente, no entanto, é uma incógnita. Na contramão das convicções do partido, liderado por Eduardo Cunha, Jackson ainda apoia publicamente a permanência da petista na chefia do Planalto, até que a relação se esmoreça.