Foto: Hugo Barreto/Metrópoles
O Senado aprovou, nesta quarta-feira (21), a indicação do advogado Cristiano Zanin para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele teve 58 votos dos 41 necessários no plenário da Casa e vai substituir Ricardo Lewandowski na Corte. Foram 18 posições contrárias e nenhuma abstenção. Na sabatina, Zanin afirmou que vai atuar com imparcialidade e garantiu que não vai ser subordinado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a respeito da relação próxima com o chefe do Executivo federal, que o indicou. A posse ainda será marcada.
“Vou me guiar exclusivamente pela Constituição e pelas leis, sem nenhuma subordinação a quem quer que seja. Na minha visão, e acredito que seja a do presidente da República também, um ministro do Supremo Tribunal Federal só pode estar subordinado à Constituição”, disse Zanin na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).
O advogado se defendeu dos ataques por ter representado Lula nos processos da Lava Jato. Ele foi responsável por conseguir a absolvição do presidente nos escândalos investigados pela operação.
“Alguns me rotulam como ‘advogado pessoal’ porque lutei pelos direitos individuais mesmo contra a maré, sempre respeitando as leis brasileiras e a Constituição. Também há quem me classifique como ‘advogado de luxo’ porque defendi, estritamente com base nas leis brasileiras, causas empresariais de agentes institucionais importantes para a economia e que empregam milhares de pessoas. E ainda me chamam de ‘advogado de ofício’, como se fosse um demérito injustificável. Sempre procurei desempenhar minha função com maestria, acreditando no que é mais caro para qualquer profissional do Direito: a justiça”.
Zanin falou também que não vai permitir “investidas insurgentes e perturbadoras à solidez da República”. Além disso, prometeu que vai atuar “sempre desprovido de ativismos” e evitar “interferências excessivas e desnecessárias” na política.
Perfil ‘garantista’
Durante a sabatina no Senado que aprovou o nome de Cristiano Zanin, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), parlamentares tanto governistas quanto da oposição destacaram o perfil “garantista” do advogado, o que pode fazer com que ele tome posições favoráveis aos réus em julgamentos.
Um dos senadores que o elogiaram por isso foi Flávio Bolsonaro (PL-RJ), apesar de declarar voto contrário à indicação de Zanin para o STF. “É óbvio que eu conheço a posição do senhor durante a sua advocacia, garantista que é, e acho que isso é algo louvável na sua indicação”, frisou.
A senadora Teresa Leitão (PT-PE) destacou que isso traz calma à classe política. “O seu perfil de garantista nos resguarda, nos acalma e nos convence de que nós estamos com uma indicação que compõe justamente aquilo que a Constituição nos reserva”.
Fonte: R7