Na manhã desta terça-feira (20), representantes de várias categorias de servidores públicos estaduais lotaram as galerias da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), com o objetivo foi pedir apoio aos deputados para que intercedam junto ao governo de Sergipe, visando solucionar o problema da defasagem salarial. Na ocasião, o líder do Governo na Alese, deputado Francisco Gualberto ressaltou que “Todos os Estados estão vivendo a sua agonia com a diminuição da arrecadação federal e do Fundo de Participação dos Estados”.
“São 84 meses sem qualquer tipo de reajuste, o que está causando prejuízo de aproximadamente 33% aos servidores. Significa dizer que no final do mês, quando recebem os salários, esses servidores deixam de receber um terço da remuneração que lhe é devida. Hoje temos vários servidores recebendo menos de um salário mínimo por mês”, lamenta o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nos Serviços Públicos do Estado de Sergipe (Sintrase), Diego Araújo.
De acordo com o sindicalista, é um problema a questão do pagamento, sobretudo quanto aos aposentados e pensionistas.
“Eles estão recebendo agora dia 14 e quem tem os seus vencimentos acima de 5 mil reais, vai receber o restante no dia 22, mas acho que o problema maior é essa falta de constância no pagamento. Nós estamos aqui para pedir apoio a todos os deputados quanto a nossa luta, lembrando que estamos com uma série de mobilizações e na primeira semana de julho vamos paralisar as atividades por 72 horas reivindicando que o Estado comece a regularizar a vida dos servidores”, enfatiza.
Contraponto
O líder do Governo, deputado Francisco Gualberto (PT), afirmou que ainda não foi procurado pelos sindicalistas para tratar da questão, mas adiantou que o Governo quer pagar em dia. “Eu confesso que ainda não fui procurado por nenhum sindicato para tratar sobre o assunto, mas tenho domínio. O que os trabalhadores querem é o que o Governo quer: pagar em dia os salários dos servidores e fazer os reajustes merecidos e necessários. Ocorre que a gente precisa botar o pé no chão e às vezes dar notícias que não são boas”, entende.
Gualberto acrescentou que o Governo Federal está desprestigiado e o desemprego aumentando. “Com o Governo do ‘golpe’ totalmente desprestigiado, o desemprego está aumentando e quando isso ocorre, diminuiu o consumo e o ICMS. A arrecadação federal está diminuindo e consequentemente o Fundo de Participação do Estado também diminui. Que perspectiva nós temos de melhorar a economia do Estado? O Estado não tem uma roça de dinheiro. Todos os Estados estão vivendo a sua agonia, uns mais, outros menos e infelizmente a realidade é essa. A gente lamenta que os servidores tenham que passar por determinadas dificuldades, contra a vontade de todo mundo de bom senso, porque não tem Governo que se sinta satisfeito ao não pagar em dia ou pelo menos reajustar a inflação. Seria uma anomalia, pois qualquer Governo quer estar bem com os servidores”, enfatiza.
