Os partidos Solidariedade e PRD oficializaram, nessa quarta-feira (25), a criação de uma federação partidária em um evento na Câmara dos Deputados.
Juntas, as siglas somam dez deputados federais e 138 prefeitos eleitos em 2024. A formalização da aliança ainda precisa ser protocolada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A federação deve evitar o asfixiamento financeiro das siglas diante do endurecimento das regras de distribuição de recursos públicos a partir de 2026.
“Nós estamos trabalhando para construir uma candidatura ao centro. Vamos trabalhar contra extremos, contra candidaturas da direita e também contra candidaturas da esquerda”, afirmou o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), que será o vice-presidente da federação.
A presidência do grupo ficará com Ovasco Resende – que comanda o PRD nacionalmente. O mandato da federação terá validade mínima de quatro anos, com decisões conjuntas sobre candidaturas e alianças eleitorais.
Durante o lançamento, o ex-senador José Reguffe (Solidariedade-DF) disse que a federação representa “uma alternativa de um centro democrático, não fisiológico”.
Já a deputada Marília Arraes (Solidariedade-PE) disse que na nova aliança há discordâncias: “Eu, por exemplo, defendo o presidente Lula e que a gente fortaleça o governo – e há várias outras lideranças que têm críticas também”.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), participou do evento e elogiou a articulação.
“A presidência da Câmara está de portas abertas para essa federação. Ela traz as discussões que o Brasil vai querer ver nas eleições do ano que vem“, afirmou.
A federação é mais um passo das legendas para superar a cláusula de desempenho. PRD e Solidariedade já haviam passado por fusões anteriores – PRD surgiu da união entre PTB e Patriota; o Solidariedade incorporou o Pros.
Cláusula de desempenho
Na lei eleitoral, essa cláusula define que somente os partidos políticos que alcançarem pelo menos um dos critérios de desempenho fixados podem ter acesso aos recursos do fundo partidário e à propaganda gratuita em rádio e televisão.
Os critérios para 2026 são:
– Mínimo de 2,5% dos votos válidos para a Câmara, distribuídos em pelo menos 1/3 dos Estados, com um mínimo de 1,5% dos votos válidos em cada uma;
– Eleição de pelo menos 13 deputados federais distribuídos em pelo menos 1/3 dos Estados.
Fonte: Poder360
Foto: Marina Ramos / Câmara dos Deputados