A deputada Any Ortiz (Cidadania-RS), relatora do projeto que prorroga a desoneração da folha de pagamento de empresas dos 17 setores da economia que mais empregam no país, disse que a proposta deve ser votada nesta semana na Câmara.
“O parecer está pronto, apresentado já na Comissão de Desenvolvimento Econômico. Nós estamos com a expectativa de votar na comissão. Era pra ser votado na semana passada. Não tivemos quórum na comissão. Então, a expectativa é de ser votado nesta semana” afirmou a relatora.
Paralelamente à votação na comissão, o plenário deve votar um requerimento de urgência para acelerar o trâmite do texto e permitir que ele seja levado à votação dos deputados sem precisar ter o aval de outras comissões da Casa.
“É fundamental que esse projeto seja votado o quanto antes porque as empresas precisam de planejamento. As empresas precisam de previsibilidade. Organizar seus orçamentos para os próximos anos”, destacou a relatora.
“Então, a gente não pode deixar pra última hora. a política da desoneração ela é fundamental para manutenção de emprego, para geração de mais emprego, para competitividade dessas empresas desses setores e para nossa economia”, acrescentou.
Desoneração
A desoneração da folha permite às empresas substituir a contribuição previdenciária, de 20% sobre os salários dos empregados, por uma alíquota sobre a receita bruta, que varia de 1% a 4,5%.
Entre os 17 setores da economia que podem aderir a esse modelo estão: as indústrias têxtil, de calçados, máquinas e equipamentos e proteína animal, construção civil, comunicação e transporte rodoviário.
O modelo vai perder validade em dezembro deste ano. O projeto relatado pela deputada prorroga a desoneração até dezembro de 2027.
A proposta de desoneração da folha abrange os 17 setores que mais geram empregos na economia do país. Esses setores, atualmente, empregam cerca de 9 milhões de trabalhadores, de acordo com a deputada. O fim da desoneração causaria impacto negativo no mercado de trabalho.
Comparando as realidades de 2018 a 2022, o grupo Desonera Brasil observou que os setores que permaneceram com a folha desonerada tiveram um crescimento de empregos da ordem de 15,5%, enquanto os que tiveram a folha reonerada cresceram apenas 6,8% no mesmo período. Ocorreu também o maior crescimento dos salários dos trabalhadores dos setores desonerados comparados aos demais.
Fonte: O Globo