Um vídeo anexado ao processo do ex-presidente Jair Bolsonaro mostra a tornozeleira eletrônica danificada e com marcas de exposição ao fogo.
No áudio, é possível ouvir quando uma agente da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal questiona Bolsonaro sobre o estado do dispositivo.
Bolsonaro, em resposta, diz: “meti um ferro quente aqui”.
Leia abaixo o diálogo:
- Agente: Equipamento 85916-5. O senhor usou alguma coisa pra queimar?
- Bolsonaro: Meti um ferro quente aqui.
- Agente: Ferro quente?
- Bolsonaro: Curiosidade.
- Agente: Que ferro foi? Ferro de passar?
- Bolsonaro: Não. Ferro de soldar, solda.
- Agente: Ferro de soldar? Aquele que tem uma ponta?
- Bolsonaro: Sim.
- Agente: Tá ok. O senhor tentar puxar a pulseira, também?
- Bolsonaro: Não, não não, isso não. Não rompi a pulseira não.
- Agente: Pulseira aparentemente intacta, mas o case violado. Que horas o senhor começou a fazer isso, senhor Jair?
- Bolsonaro: Já no final da tarde.
- Agente: Final da tarde? Tá certo. Essa tampa chegou a soltar, não?
- Bolsonaro: Não. Tudo em paz, tudo na paz aqui.
Tornozeleira foi trocada
Após a violação, a tornozeleira eletrônica do ex-presidente teve de ser trocada na madrugada deste sábado (22). Segundo o Blog da Andréia Sadi, o alarme da tornozeleira disparou às 0h07.
Imediatamente, a equipe que faz a segurança de Bolsonaro foi acionada pela Secretaria de Administração Penitenciária do governo do Distrito Federal, responsável pelo aparelho.
A escolta, então, confirmou a violação e fez a troca à 1h09.
Segundo o blog da Julia Duailibi, a defesa de Bolsonaro deve alegar que o ex-presidente tentou romper a tornozeleira eletrônica durante um surto.
Aliados admitem que o ex-presidente tentou violar a tornozeleira, mas querem fazer valer a versão de que a ação está relacionada à privação de sono ou à interferência de medicamentos. Um aliado afirma que o ex-presidente acreditava haver equipamento de escuta no aparelho.
O objetivo é dissociar o fato — que deve ser comprovado pela perícia da Polícia Federal — de uma tentativa de fuga.
Para Moraes, a violação “constata a intenção do condenado [Bolsonaro] de romper a tornozeleira eletrônica para garantir êxito em sua fuga”, que seria facilitada pela vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) para a frente do condomínio do ex-presidente.
Fonte: G1



