ARACAJU/SE, 28 de julho de 2025 , 19:59:04

Trump diz que discorda de Israel sobre não haver fome em Gaza e que ‘um cessar-fogo é possível’

 

Em uma declaração na Escócia nesta segunda-feira (28), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao encontrar com o premiê britânico, Keir Starmer, falou sobre o conflito entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza.

Ele disse que discordava da avaliação do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na qual afirmou que não havia fome no enclave palestino.

‘Pelo que vejo na TV, essas crianças parecem estar com muita fome. Precisam de comida e segurança agora’, comentou.

Trump defendeu que ‘alimentar as crianças’ deve ser algo colocado em primeiro lugar e que ‘vários planos’ estavam sendo avaliados com Netanyahu. “Só esperamos que a comida chegue às pessoas que precisam, porque, como vocês sabem, quando vocês fazem algo lá, o alimento é levado pelo Hamas ou por alguém assim, mas é levado. Mas, e estamos preparados para ajudar, nós queremos ajudar”.

“Israel tem muita responsabilidade. Eles estão prejudicados pelo fato de ainda terem cerca de 20 reféns, e o povo de Israel está muito preocupado com os 20 reféns. É muito interessante. Pode-se dizer que eles estão mais preocupados com a retaliação do que com os 20 reféns, mas eles realmente querem que os 20 reféns sobrevivam e sobrevivam para sobreviver”, completou.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta segunda-feira (28) que ‘não há fome’ na Faixa de Gaza e nenhuma ‘política de fome’ no enclave palestino. As afirmações acontecem em um momento de pausa de 10 horas em partes do conflito para ajuda da população local.

Entre as áreas em que houve pausa na guerra estão regiões densamente povoadas da Cidade de Gaza, Deir al-Balah e Muwasi para ‘aumentar a escala de ajuda humanitária’ na faixa.

O presidente americano também disse que a União Europeia enviará mais ajuda para Gaza e que planeja pedir ajuda a Starmer.

Trump também disse que duvida que o Hamas liberte os últimos reféns israelenses mantidos em Gaza, pois eles estão sendo usados como ‘escudo humano’.

O republicano falou sobre Netanyahu e comentou que “talvez agora ele tenha que fazer isso de uma maneira diferente”.

“Um cessar-fogo é possível. Você tem que acabar com isso”, continuou.

Saiba mais detalhes da pausa humanitária

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nesse domingo (27) que a guerra na Faixa de Gaza irá continuar até a vitória completa, apesar das medidas tomadas pelo país para permitir a entrega de ajuda humanitária no território palestino.

O exército israelense anunciou uma pausa diária nas operações em algumas áreas de Gaza, além da criação de novos corredores para a ajuda humanitária. Caminhões carregados com suprimentos começaram a seguir para Gaza saindo do Egito, de acordo com emissora ligada ao governo egípcio. As medidas vêm em meio à pressão internacional em razão da crise humanitária vivida pelos moradores de Gaza.

Os militares informaram que as rotas seguras para a passagem de comboios com alimentos e remédios vão funcionar das 6h às 23h.

A BBC noticiou que um ataque aéreo israelense atingiu um apartamento residencial no oeste da Cidade de Gaza neste domingo apenas uma hora após uma pausa humanitária temporária ter sido anunciada para a área, de acordo com testemunhas oculares. Moradores locais relataram que aviões atacaram um prédio em Gaza, apesar da declaração de Israel de trégua.

O exército israelense afirmou anteriormente ter lançado sete pacotes de ajuda humanitária em Gaza e que permitirá a entrada de parte da ajuda na Faixa de Gaza por “corredores humanitários”, e de acordo com o The Guardian, países da região (incluindo Emirados Árabes Unidos, Jordânia e Egito) estariam em processo de entrega de ajuda ao território palestino. De acordo com a BBC, que cita uma autoridade dos Emirados Árabes Unidos, outro lançamento aéreo de ajuda ocorrerá no norte de Gaza hoje.

Na semana passada, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, criticou a comunidade internacional pela inação em resposta ao sofrimento dos palestinos. O Programa Mundial de Alimentos da ONU alertou que a população de Gaza está enfrentando níveis críticos de insegurança alimentar.

Fonte: CBN

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