O ex-presidente Donald Trump e mais 18 pessoas foram acusadas formalmente, na segunda-feira (14), por um grande júri de Atlanta, por tentativa de manipulação na eleição presidencial de 2020 na Geórgia.
A acusação é o quarto processo criminal que Trump enfrenta.
Trump e os outros 18 “se juntaram a uma conspiração para mudar ilegalmente o resultado” da eleição, de acordo com a acusação.
As questões foram apresentadas em uma investigação liderada por Fani Willis, promotora distrital do condado de Fulton, e cobrem alguns dos esforços mais flagrantes dos aliados do ex-presidente para mudar as eleições presidenciais de 2020.
Muitos dos esforços que Trump e seus aliados lideraram na Geórgia se assemelhavam a conspirações em outros estados em que o presidente Joe Biden venceu.
Entretanto, na Geórgia foi apresentada algumas das jogadas mais audaciosas do ex-presidente e seus apoiadores.
A acusação diz que “Trump e os outros réus citados nessa acusação se recusaram a aceitar que Trump perdeu e, consciente e voluntariamente, se juntaram a uma conspiração para mudar ilegalmente o resultado da eleição em favor” do ex-presidente. “Essa conspiração continha um plano e propósito comuns de cometer dois ou mais atos de extorsão no condado de Fulton, na Geórgia, em outras partes do estado da Geórgia e em outros estados”, prosseguiu.
Um telefonema feito em janeiro de 2021, em que Trump instou o secretário de Estado da Geórgia, Brad Raffensperger, a “encontrar” os quase 12 mil votos que colocariam sua margem de votos à frente da de Biden, mostrou até onde o então presidente iria para reverter sua derrota na localidade, segundo a promotoria.
O controle republicano da legislatura estadual e do poder executivo fez o estado ser um dos alvos preferidos de Trump.
Seus advogados compareceram perante os legisladores da Geórgia em três ocasiões para apresentar falsas alegações de fraude eleitoral e o estado foi alvo de ações judiciais fazendo afirmações infundadas de irregularidades eleitorais.
Willis, uma democrata, sem dúvida enfrentará intensas críticas de Trump e seus aliados, que frequentemente procuram desacreditar os funcionários que o investigam, classificando-os como atores políticos desonestos. O ex-mandatário já havia tentado, sem sucesso, desqualificá-la, citando comentários públicos que ela fez sobre o caso.
Outras acusações
A lista de 13 acusações que Trump enfrenta, além da manipulação de resultado na eleição, também inclui denúncias de que foram supostamente feitas declarações e solicitações ao presidente da Câmara da Geórgia e ao secretário de Estado da Geórgia para que violassem seus juramentos de posse em dezembro de 2020 e janeiro de 2021.
O ex-presidente ainda é acusado seis vezes por conspirar com vários outros em torno de sua campanha para o uso de eleitores falsos na Geórgia.
Outra acusação refere-se a Trump e o advogado John Eastman, que supostamente apresentando documentos falsos em um processo judicial federal no estado afirmou que milhares de pessoas votaram ilegalmente, embora isso não fosse verdade.
O ex-presidente negou qualquer irregularidade.
Veja quem são os 19 denunciados:
- Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos
- Rudy Giuliani, advogado de Trump
- Mark Meadows, chefe de gabinete da Casa Branca
- John Eastman, advogado de Trump
- Kenneth Chesebro, advogado pró-Trump
- Jeffrey Clark, alto funcionário do Departamento de Justiça
- Jenna Ellis, advogada da campanha de Trump
- Robert Cheeley, advogado que promoveu reivindicações de fraude
- Mike Roman, funcionário da campanha de Trump
- David Shafer, presidente do Partido Republicano da Geórgia e eleitor falso
- Shawn Still, falso eleitor republicano
- Stephen Lee, pastor ligado à intimidação de trabalhadores eleitorais
- Harrison Floyd, líder do Black Voices para Trump
- Trevian Kutti, publicitário ligado à intimidação de trabalhadores eleitorais
- Sidney Powell, advogado da campanha de Trump
- Cathy Latham, eleitora falsa do Partido Republicano ligada à violação de Coffee County
- Scott Hall, ligado à violação do sistema eleitoral de Coffee County
- Misty Hampton, supervisora das eleições do Condado de Coffee
- Ray Smith, advogado da campanha de Trump
Fonte: CNN Brasil