O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) rebateu o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre o inquérito da PF (Polícia Federal) que apura ataque ao seu sistema interno, em 2018. Na nota divulgada na madrugada de hoje (5), o tribunal afirmou que, apesar da invasão do hacker, não houve risco à integridade das eleições realizadas naquele ano.
Ontem, o mandatário compartilhou pelo Twitter documentos do inquérito da PF que investigam o comprometimento de sistemas do TSE e, sem provas, disse que “o sistema eleitoral brasileiro foi invadido e, portanto, é violável”.
O inquérito foi cedido pela Polícia Federal ao deputado e relator da proposta de voto impresso na Câmara, Filipe Barros (PSL-PR), que disse se tratar de uma investigação em sigilo.
“O acesso indevido, objeto de investigação, não representou qualquer risco à integridade das eleições de 2018. Isso porque o código-fonte dos programas utilizados passa por sucessivas verificações e testes, aptos a identificar qualquer alteração ou manipulação. Nada de anormal ocorreu”, informou o tribunal.
Nunca houve fraude comprovada nas eleições brasileiras desde a adoção da urna eletrônica.
O TSE destacou que o código-fonte é acessível, a todo tempo, aos partidos políticos, à OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e a outras entidades que participam do processo. “Uma vez assinado digitalmente e lacrado, não existe a possibilidade de adulteração. O programa simplesmente não roda se vier a ser modificado.”
“Cabe reiterar que as urnas eletrônicas jamais entram em rede. Por não serem conectadas à internet, não são passíveis de acesso remoto, o que impede qualquer tipo de interferência externa no processo de votação e de apuração. Por essa razão, é possível afirmar, com margem de certeza, que a invasão investigada não teve qualquer impacto sobre o resultado das eleições”, diz um trecho do comunicado divulgado pelo TSE.
O TSE lembrou ainda que o episódio de 2018 foi divulgado à época em veículos de comunicação. “Embora objeto de inquérito sigiloso, não se trata de informação nova.” O tribunal ressaltou que foi o responsável por encaminhar à PF as informações para que os fatos fossem apurados. “A investigação corre de forma sigilosa e nunca se comunicou ao TSE qualquer elemento indicativo de fraude.”
Fonte: Uol