O Twitter suspendeu na quinta-feira as contas de importantes jornalistas da imprensa americana que faziam reportagens sobre a empresa e seu novo proprietário, Elon Musk. Alguns dos “cancelados” pelo bilionário haviam tuitado sobre a decisão da plataforma de derrubar a conta @ElonJet, que rastreava os voos do avião particular do empresário.
O Twitter não deu explicações imediatas por que as contas foram suspensas. No entanto, Musk, escreveu em seu perfil pessoal na rede que não se importava que fossem feitas críticas a ele “o dia inteiro”, mas que “divulgar minha localização em tempo real e colocar minha família em risco” não seria tolerado.
Disse ainda que se “qualquer pessoa divulgasse localização e endereço dos repórteres do NYT, o FBI iria investigar”. E que “haveria audiências no Capitólio, e Biden faria discurso sobre o fim da democracia”.
Em seguida, o Twitter informou que havia atualizado sua política para banir tuítes que revelam a localização de pessoas em tempo real.
Entre as contas suspensas estão as de repórteres da CNN, The New York Times e The Washington Post, além de jornalistas independentes. Conforme noticiado pela NBCNews, a conta da rede social Mastodon, nova concorrente do Twitter, também foi suspensa.
“Nada diz mais sobre liberdade de expressão do que suspender jornalistas que cobrem você”, escreveu Sarah Reese Jones, do portal de notícias e opinião PoliticusUSA, em resposta a um tuíte sobre as suspensões.
Na quarta-feira, Musk tuitou que um carro em Los Angeles que levava um de seus filhos foi seguido por “um maluco” e deu a entender que o suposto incidente estaria ligado ao rastreamento de seu avião particular.
O dono do Twitter afirmou ainda que entrou com uma ação judicial contra a pessoa que operava a ElonJet. A conta do Twitter que rastreou os voos de Musk foi suspensa, apesar da promessa do empresário de que não iria mexer com ela em nome do interesse da liberdade de expressão.
“Bem, parece que @ElonJet está suspensa”, tuitou seu criador, Jack Sweeney, de sua conta pessoal @JxckSweeney, que também sofreu o mesmo destino algum tempo depois.
Desde que assumiu o Twitter, Musk enviou mensagens confusas sobre o que é e o que não é permitido na plataforma. Restaurou contas suspensas pela rede social, incluindo a do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, mas também cancelou a do rapper Kanye West após a publicação de mensagens consideradas antissemitas.
E rejeitou o retorno de Alex Jones, fundador do site de extrema-direita InfoWars e condenado a pagar cerca de US$ 1,5 bilhão em danos por alegar que o massacre da Escola Primária Sandy Hook em 2012 foi uma “farsa”.
Fonte: O Globo