Integrantes do União Brasil e do PP selaram, nessa terça-feira (29), a formação de uma federação para atuarem em conjunto nos próximos quatro anos. A União Progressista já nasce grande, reunindo a maior bancada da Câmara, com 109 deputados, e a terceira maior do Senado, com 14 senadores, e com meta de ser uma “bússola” do país, com a defesa de um “choque de prosperidade”.
“A União Progressista assume o compromisso de ser uma bússola de equilíbrio e de racionalidade, atuando para que o país siga o rumo que o fará se tornar a grande nação que o aguarda”, afirmou o senador Ciro Nogueira (PP-PI), ao ler o manifesto de lançamento da federação. “Precisamos modernizar o Estado para que ele possa servir à sociedade, deixando de ser o atual empecilho, que faz com que o Brasil continue adiando o seu porvir”, completou.
A leitura do manifesto foi dividida entre Ciro e Antônio Rueda, presidente nacional do União Brasil. Eles irão presidir conjuntamente a federação. Em um segundo momento, a presidência da federação será alternada entre um integrante do União e um do PP. Inicialmente, a proposta era que o deputado Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da Câmara, conduzisse a federação no primeiro momento, mas a ideia foi descartada após resistência interna.
Lira, no entanto, foi prestigiado na solenidade realizada no Salão Negro do Congresso. O deputado alagoano foi convocado a discursar por Ciro, a quem chamou de “meu presidente, meu irmão”. “Vamos à luta e ao trabalho perene do maior bloco do Congresso Nacional”, disse ele, lembrando a dificuldade da costura entre os dois partidos “estado a estado, município a município, interesses regionais a interesses regionais”.
Também subiram ao palco senadores, líderes, governadores e prefeitos de capital de ambos os partidos, além do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto. Em seu discurso, Motta afirmou que seu partido, o Republicanos, coloca-se como um parceiro da federação por estar no mesmo campo político, de centro-direita. “Temos toda uma afinidade e temos condições de trabalharmos juntos em favor do país”, disse.
Ao discursar, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), disse que a federação será “um grande divisor de águas”. “Ela vai saber se impor no plenário, nas comissões nos grandes temas do país”, disse. Caiado foi um dos assuntos discutidos internamente durante a negociação entre os dois partidos para a formação da federação. O governador goiano já lançou pré-candidatura à Presidência em 2026, mas enfrenta dificuldades em conseguir consenso não só no PP, como também dentro do próprio partido.
Nas conversas, ficou estabelecido que ele tem até o início do ano que vem para ultrapassar o patamar de 10% das intenções de votos para viabilizar o nome. Ao discursar, o governador afirmou que a federação “transfere a responsabillidade para os nossos ombros de saber ganhar o processo eleitoral de 2026”.
Fonte: VEJA